É preciso identificar os responsáveis pelos incidentes do Castelão

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Foto: Thiago Gadelha/SVM

A situação do Ceará já era delicada, antes do jogo diante do Cuiabá. Todos já contavam os pontos necessários para o time não cair. Agora, depois do estrago provocado pelos grupos de vândalos, que se dizem torcedores, não sei o que de ruim poderá acontecer ao Ceará no atual certame. Li sobre as possíveis punições. Todas assustadoras. Além disso, o próprio ambiente interno também sofre as consequências psicológicas das ameaças e agressões, algumas concretizadas. Nada justifica a reação daqueles  que assumiram o risco de provocar uma tragédia no Castelão. Malfeitor não é torcedor.

Os verdadeiros e legítimos torcedores foram vítimas. Senhoras e crianças apavoradas, corriam como quem foge de uma guerra. O olhar de pânico e o semblante de desespero nos rostos infantis traduziram o horror dos que veem a morte por perto. Afinal, no dia 3 de outubro passado, 174 pessoas morreram pisoteadas num estádio da Indonésia, após um tumulto que se generalizou. Os provocadores da confusão no Estádio Plácido Castelão devem ser identificados. Pelo local, já é possível saber quais torcidas organizadas começaram a briga. A impunidade será também uma prova de incompetência.  

Câmeras 

Hoje, o mundo vive um cenário de câmeras distribuídas em todos os locais possíveis e imagináveis. Assim são flagrados assassinatos e assaltos em ruas, avenidas, praças e vielas. Nada se faz escondido neste “Big Brother” mundial. Como, então, não identificar os facínoras disfarçados de torcedores do Ceará? Disfarçados, sim, porque torcedores do Ceará eles não são. 

Erros 

A situação do presidente do Ceará, Robinson de Castro, é muito delicada. De algum tempo para cá, ele vinha sofrendo críticas pesadas de segmentos insatisfeitos com o baixo desempenho do time. As contratações questionáveis foram a causa maior do descontentamento da torcida. A mais recente, a contratação do técnico Lucho Gonzáles.  

Sequência 

Se o Ceará conseguir a permanência na Série A, pode ser que até lá haja uma acomodação no sentido de Robinson de Castro seguir na função de presidente do Ceará. Se o time for rebaixado, não haverá a mínima condição de o atual presidente continuar à frente dos destinos do clube. A queda significará a sua própria carta de renúncia. 

Atritos 

Observem que a relação dos torcedores com a torcida andava no limite. A cada insucesso, máxime dentro de casa, os protestos eram incisivos. Não faz muito, Vina, após a inaceitável bobagem de uma expulsão por ele mesmo provocada, foi alvo de ameaças. Estas só não se transformaram em agressões concretas porque a separação entre campo e arquibancadas não permitiu.  



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