David colocou as velinhas no bolo

O Fortaleza soube comemorar muito bem seus 102 anos de existência. David, antes tão criticado, colocou duas velinhas no bolo. E foi para o abraço, para a definitiva afirmação. O Leão, de forma altiva, logo demonstrou o que havia preparado. Já aos dez minutos, Osvaldo poderia ter aberto o placar. Aos 16, Ronald teve outra chance. Apesar da resposta palmeirense, com Veiga obrigando Max a fazer notável defesa, o Leão permaneceu senhor da situação. E exatamente por isso encontrou os caminhos que fizeram de David o artilheiro da noite com os dois gols. Na fase final, o Fortaleza, com extrema competência, administrou a vantagem. O Palmeiras quis ensaiar reação com Willian e Wesley. Ficou no ensaio. O tricolor é que poderia ter ampliado com Yuri César. Síntese: vitória justa, trabalhada com inteligência por um Fortaleza que poderá ousar ainda mais. A cada escalação, Ceni revela que tem o time na mão. Max Walef transmitiu a segurança de um veterano. O Leão há conseguido algo que poucos times conseguem: manter elevado padrão, mesmo promovendo a necessária rotatividade. Aliás, até jogando com um ou dois jogadores a menos, o Fortaleza tem mostrado alto poder de superação.

Evaporação 

O Ceará tem tropeçado na mesma pedra: sofrer gol nos minutos finais das partidas. Uma vez acontecer é compreensível. Inadmissível é transformar tal deficiência numa constante que frustra a torcida, consome os pontos e faz evaporar a esperança. Contra o Goiás. Contra o Fluminense. Não, não, Ceará. Assim já é demais. 

Frustração 

Dói demais ver sumirem quatro pontos que estavam ali ao alcance das mãos (ou dos pés). De seis o Vozão ficou com apenas dois. Quatro pontos foram embora de repente, produto da desatenção ou da insegurança de um sistema defensivo que vacila nos minutos finais. Guto Ferreira tem de conversar sério sobre isso. É um grave defeito que poderá comprometer o todo. 

Castigo 

Dominar, dominar, mas não ganhar, resulta num castigo pior que a derrota. Explico: na derrota, quando o time não joga bem, vem a conformação. Mas, quando o time joga bem, passa a convicção do triunfo e cede no final o empate, não há torcedor que se conforme. Gera uma amargura profunda. Azeda. Que coisa desagradável, Ceará. 

No Grupo A, da Série C nacional, Ferroviário abre quatro pontos de diferença em relação ao quinto colocado, o Treze de Campina Grande. A vitória sobre o Remo foi significativa. Mas é preciso que o Ferroviário alcance regularidade na produção. 

O problema coral tem sido a oscilação. Não há uma sequência crescente, onde seja possível prever uma automação confiável. O técnico Marcelo Vilar sabe disso. Perder para o Paysandu e para o Santa Cruz aqui foi terrível.  Bola para frente, Ferrão.