As cores de um Clássico-Rei

Legenda: Arena Castelão é palco dos jogos de Ceará e Fortaleza na Série A
Foto: Thiago Gadelha / SVM

Sem público. Lockdown. Apreensões. Luto. Muitos lutos. É num cenário assim que acontece, hoje, às 16 horas, no Castelão, o jogo Ceará x Fortaleza, válido pela Copa do Nordeste. Tudo isso é muito esquisito para quem, como eu, acompanhei desde 1957 edições e mais edições de uma festa de tantas cores. O encontro dos maiores rivais sempre será para mim momentos de reminiscências. Uma mistura permanente de passado e presente. Uma mistura de cores: vermelho, azul, branco e preto. Gildo e Croinha. Clebão e Wellington Paulista. O Ceará está mais inteiro. O Fortaleza em busca da inteireza. Um já sabendo o que fazer. O outro em busca de como fazer. Guto elogiado. Enderson criticado. Nada disso importa quando a bola rolar. Aí o clássico se define por si mesmo, distante das elucubrações dos sábios do futebol. Na história de tricolores e alvinegros já vi de tudo. E assim optei por separar duas coisas fundamentais: a teoria e a prática. Uma coisa é o Ceará enfrentar o Autos em Teresina. Também uma coisa é o Fortaleza enfrentar o Caxias no Rio Grande do Sul. Outra coisa bem diferente para os dois é o confronto direto, onde, não raro, o achado se perde e o perdido se acha. 

Quem entra 

Há contratações em profusão dos dois lados. Alguns jogadores já estrearam. Outros estão na expectativa. No Leão, Lucas Crispim, Matheus Jussa, Robson, Daniel Guedes, Gustavo Blanco e Yago Pikachu. Este está fora do clássico. A pressão da torcida tricolor está muito forte. 

Herança 

Quero acreditar que a posição mais crítica da torcida do Fortaleza decorre ainda dos dramas vividos na reta final da Série A 2020, quando só pelo saldo de gols escapou da degola. Aquele drama ainda me parece travado da garganta dos tricolores. O que há agora é o desdobramento. 

No Ceará 

Caras novas em Porangabuçu: Marlon, Yony González, Jael, Jordan, João Ricardo, Willian Oliveira, Jorginho, Alessandro, Vinícius Machado, Gabriel Dias e Stiven Mendoza. Alguns já jogaram. Não dá para avaliar pelo currículo. A verdade vem com a  bola rolando. Só essa mostra quem é quem 

Verdade 

No clássico, geralmente, as verdades interiores e exteriores são reveladas. É no clássico que os bons e os mais ou menos se diferenciam. Há jogadores que nos clássicos se agigantam; há jogadores que nos clássicos se apequenam. É a partir do primeiro clássico que começam as definições. Hoje tem.