As contas feitas para sair da zona maldita

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Legenda: Leia a coluna desta quinta-feira.
Foto: Kid Junior/SVM

O Fortaleza teve uma semana sem jogos. Deu para parar, respirar fundo e pensar no que falta, visando a deixar a zona de rebaixamento. Fora da zona, mas coladinhos nela, estão Avaí (16º) e Coritiba (15º), ambos com 22 pontos, apenas um ponto a mais que o Leão. Mas os dois têm, cada,a seis vitórias, segundo critério de desempate. O Fortaleza tem apenas cinco vitórias. Se o Leão empatar com o Ceará, chegará aos 22 pontos, o mesmo número de pontos dos dois concorrentes, mas uma vitória a menos.

No saldo de gols, a situação do Fortaleza é melhor que a do Avaí e do Coritiba. Outro dado importante: ontem, o Ceará experimentou o desgaste de um jogo puxado com o São Paulo, enquanto o Leão curtia a folga do meio de semana. O clássico-rei, portanto, ganhou contornos especiais. Mas vale frisar que, mesmo ganhando do Ceará, o Fortaleza não terá a garantia de sair da zona. Dependerá do resultado do Avaí diante do Goiás ou do resultado do Coritiba diante do Atlético-MG. Observem que ainda há a necessidade de uma combinação de resultados para o Leão passar para a faixa de cima. Entretanto, suas duas vitórias seguidas nas rodadas iniciais deram um impulso que poucos acreditavam. 

Esperança 

O Ceará, em vista de contusões, agora passa a apostar todas as fichas no atacante Jô. Costumo dizer que toda contratação, independentemente do valor, é uma operação de risco. Jô tem qualidades. Não é preciso falar sobre isso. A questão é saber como será seu enquadramento nas atuais condições do Ceará.  

No Corinthians 

A insatisfação de Jô no Corinthians determinou a total incompatibilidade interna. Não havia, pois, como o atleta permanecer no time paulista. Pelo momento do Ceará, Jô chega exatamente quando o time precisa de um centroavante com elevado poder de definição. Jô tem esse poder. Caberá ao treinador Marquinhos Santos encontrar o modelo ideal para aproveitá-lo. 

Diferente 

Uma coisa é certa: não vão esperar que Jô, com 35 anos de idade, faça o trabalho de marcação na frente, na saída de bola do adversário, como o Clebão, com 25 anos de idade, faz. Jô é eminentemente o homem da finalização. Será o atacante para o qual a preparação da jogada deve ser construída. A ele a missão de concluir com a precisão dos grandes goleadores. 

Desavergonhadamente 

No futebol há algumas “leis” que não fazem parte das 17 regras oficiais. A “lei do ex”, que alguns dizem ser bobagem, tem acontecido demais. Mas a “lei” mais usada pelas arbitragens não passa nem perto das 17 regras. É a lei da compensação. Não está em nenhum diploma legal, mas os árbitros costumam fazer uso delas, sem a menor cerimônia. Desavergonhadamente. 

O Ceará foi digno do começo ao fim 

Entre lamentar a eliminação nos pênaltis e aplaudir a bravura do Ceará, eu fico com a segunda parte. Mesmo nos melhores momentos do São Paulo, jamais o Vozão deixou de buscar seus objetivos. E assim comandou o placar. Não sei onde Mendoza encontrou o elevador que o permitiu subir tão alto para marcar, de cabeça, o primeiro gol. Na fase final, quando o São Paulo empatou, gol de Igor, imaginei o pior. O Ceará teria de dar espaços. O que poderia vir daí? Veio a surpresa. Veio a valentia. Aconteceram Vina, Mendoza, Richardson, Victor Luís. Aconteceu o golaço de Guilherme Castilho. Ceará 2 x 1. E quem esteve mais perto da classificação no tempo normal foi mesmo o Ceará, máxime no chute de Mendoza que passou rente ao poste esquerdo de Felipe Alves. Uma vitória altiva de um time que soube honrar o futebol cearense na segunda maior competição das Américas. Veio a decisão por pênaltis. O Ceará não foi bem. Foi eliminado. Houve o choro pela saída injusta. É natural a amargura de sair assim como o Ceará saiu. Fica uma dor terrível nos recônditos do coração. Repito: entre lamentar a eliminação nos pênaltis, opto por aplaudir e louvar a belíssima campanha alvinegra. Nesta Copa Sul-Americana, o Ceará foi digno do começo ao fim. 



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