A grave crise do Ceará

O alvo em momentos assim, como sempre acontece, é o treinador. Pouca importa tenha sido ele o grande comandante de jornadas memoráveis.

Legenda: No Beiro-Rio, o Ceará foi superado pelo Internacional por 2 a 0 no Brasileirão de 2020, com dois gols de Galhardo

No futebol, não se faz um time da noite para o dia. Também não se desmancha uma crise da noite para o dia. É muito comum a ascensão e queda das grandes equipes. Alcançam o ápice. Conservam-se no ápice por bom tempo, mas depois começa o declínio. Detectar o início do declínio é fundamental para a correção de rumo. No Ceará, o declínio veio de forma gradual. Ficou mais evidente quando o time perdeu a Copa do Nordeste para o Bahia. Mas, a rigor, já antes daquela decisão, os primeiros sinais de fadiga vinham acontecendo. E a crise se instalou de vez. Agora, para dela sair, é preciso compreensão e paciência. Em time de massa, como o Ceará, contornar o problema fica mais difícil, já pela pressão da torcida. O alvo, como sempre acontece, é o treinador. Pouca importa tenha sido ele o grande comandante de jornadas memoráveis. No futebol, gratidão e ingratidão são faces da mesma moeda. Andam coladas. Entre uma e outra, ínfima a separação. Logo após uma placa de agradecimento pelos bos serviços prestados, pode vir uma carta de demissão. Crises, como a vivida pelo Ceará agora, têm desfecho imprevisível. O resultado em Porto Alegre definirá posições.

Empate

Vi torcedor insatisfeito com o empate do Fortaleza em Goiânia. Calma, gente! O resultado foi bom. Vejam a campanha do Atlético-GO. Ganhou do Corinthians e do São Paulo. Antes, pela Copa do Brasil, tinha eliminado o Corinthians. O Atlético tem sete pontos, com um jogo a menos. Na Série A é exceção ganhar quatro jogos seguidos. O Fortaleza está muito bem.

Na mesma tempestade

O Ceará enfrentará o Inter em Porto Alegre. Dois times em crise. Feia a coisa. O poderoso Inter, no início apontado como candidato ao título, empatou (2 x 2) em casa com o Sport, tomou uma goleada do Fortaleza no Castelão (5 x 1), ganhou do Bahia (0 x 1) no Pituaçu e novamente em casa perdeu (0 x 1) para o Atlético-MG. Ceará e Inter na mesma tempestade.

Tricolores

O Fortaleza recebe o Fluminense no Castelão. Interessante que os dois alas do Fluminense já foram alas do Ceará. Pela direita Samuel Xavier, que marcou época no Vozão. Pela esquerda, Egídio, que no Ceará esteve em 2011. Egídio, no Ceará, não teve o mesmo destaque de Samuel Xavier. Sua passagem foi discreta. Mas ele é bom jogador.

Pressão maior

A cada tropeço, a situação do Ceará torna-se mais delicada. Pelas circunstâncias, virou obrigação pontuar no Estádio Beira-Rio amanhã. Um empate não será de todo ruim. Certamente trazer um ponto de Porto Alegre ainda poderá salvar a pele de muita gente. Nova derrota do Vozão armará um cadafalso em Porangabuçu.

 

 



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