Você já montou a sua árvore de Natal?

A minha primeira árvore durou 10 anos. Ressecou e joguei fora. Achava um trambolho, até que mudei minha forma de olhar a árvore

Legenda: Essa é a minha nova árvore de Natal que, nesse ano, passei a entender que esse símbolo natalino não é trambolho e nem ocupa espaço. O que ocupa espaço é um monte de coisa desnecessária que acumulamos ao longo do ano, seja fora ou dentro de nós!
Foto: Jeritza Gurgel

Eu adoro esse período de Natal, mas desde 2016 quanto tive a oportunidade de deixar de ter um objeto imenso “encostado” por 11 meses no ano, ocupando espaço e, na hora de montar, ter trabalho, desisti de colocar a árvore como símbolo central da época mais singela do ano. Uma besteira!

Legenda: Meus filhos, gêmeos, arrumando a árvores de Natal quando eram pequenos
Foto: Jeritza Gurgel

Quando os meninos eram pequenos, deixava a casa lúdica: tinha uma árvore tradicional volumosa, repleta de ursinhos, livros de histórias de Natal na mesa de centro, arranjos e luzes em vários lugares, bonecos vestidos com motivos natalinos, de vários tipos, que dançavam quando eram acionados. Tudo cheio de magia.

Aí, certa vez, chegou o momento de fazer mais uma árvore e qual não foi a surpresa de todos nós daqui de casa, a árvore de Natal estava ressecada e torta! Pense! Horrível.

Não consigamos parar de rir daquela estrutura. Parecia um monstro “árvore de Natal”. Lamentamos, mas foi para o lixo aquela árvore, símbolo de 10 Natais pretéritos conosco. Vida que segue.

Legenda: Árvore construída no espelho do hall
Foto: Jeritza Gurgel

Acionei o “tico e o teco” e criei uma árvore só de festão num espelho que havia no nosso hall e foi um sucesso. Mega "instagramável"!

No outro ano, gostei de ser criativa e inventei outra coisa que ficou mais interessante que bonita.

Aí, um ano viajamos, no outro, foi a pandemia e, assim, uns dois Natais ficaram para trás.

Porém, nesse ano, fui surpreendida pelos meus filhos que disseram que queriam uma árvore de Natal de verdade. Estavam saudosos dos Natais que incrementava com a árvore enfeitada. Muito jeitosos disseram que as minhas ideias eram legais e tal, mas que o momento pedia uma árvore mesmo. Ok, entendi o recado!

Acho que os meninos jogaram para o universo, porque no dia seguinte recebi a ligação de uma loja querendo montar uma árvore bem linda na minha casa.

Alinhamos nossas agendas para ajustamos os detalhes e, quando chegamos na loja para fazer as escolhas, as árvores tinham sido todas vendidas!

A loja, nesse ano, comprou quatro vezes mais o estoque de outros anos e nem a proprietária acreditava na notícia do sucesso de vendas. Imagina eu que estava crente que passaria mais esse ano sem comprar a árvore de Natal. Lasquei-me! A sensação foi de ter visto o Papai Noel e não tive a oportunidade de entregar a minha carta! Devaneios natalinos.

Como não sou de ficar sofrendo, resolvi comprar uma árvore natural, sob a orientação do Loro, meu jardineiro. A kaizuca, um arbusto da família dos pinheiros, chegou lá em casa num sábado, linda, verde e, carinhosamente, escolhida pelo Loro. 

Achei o máximo ter uma planta natural, tal qual via nos filmes de Natal. Fiz um acordo com o jardineiro: ela ficaria na minha casa até o dia 25 de dezembro e, depois, seria recolhida por ele para que a plantasse na terra, o seu digno lugar. Trato feito e registrado no Tribunal Implacável dos Stories do Instagram, a maior de todas as provas mais formais da atualidade.

Dentro daquele espaço momentâneo, a "dona Kaizuca" mostrou-se adaptada, porém, sem dizer uma palavra, ela foi mostrando-me que não era qualquer coisa que poderia ser colocada nela. Era robusta, mas sensível. Tinha galhos leves. Tinha espaços que não permitiam ser preenchidos, porque aquilo era, exatamente, o seu charme. Se quisesse preencher, o material deveria ser especial. Que lição!

Legenda: Árvore de Natal de 2021 - respeitando os limites
Foto: Jeritza Gurgel

Parei e apreciei aquele arbusto que seria o centro das atenções no Natal na minha casa. A árvore de Natal simboliza a vida! O caule é a sua coluna vertebral, é o seu eixo, que deve estar alinhado com o mundo espiritual para equilibrar o psíquico e o material.

Tudo na vida é equilíbrio!

É por isso que a kaizuca, apesar de aparentar ser forte, só permitia que a enfeitasse com coisas leves para que não a desfigurasse. A beleza dela estava nos detalhes e nas falhas! Ela é assim e pronto! Se gosto dela, cabe a mim saber apreciá-la.

Os meninos tinham toda razão. Precisava ter uma árvore e nunca mais deixarei de ter.

Próximo ano, investirei numa árvore artificial para deixar as plantas naturais no lugar que elas devem ficar: na terra. 

Nunca mais direi que elas são um trambolho e que ocupam espaço, porque espaço mesmo é aquilo que a gente deixa acumular ao longo da vida, sem desapegar, fisicamente, ou, sem resolver, emocionalmente, dentro de nós, causando sérias doenças.

E você, já montou a sua árvore de Natal?

Meu convite é que você aproveite o domingo para montar a sua árvore natalina, pendure nela seus sonhos e seus desejos para 2022.

Se dizem que no Natal tudo é possível, vale acreditar! Porém, não esqueça de fazer a sua parte, né?

Dominguemos, Amém!

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.