Vivemos um presente esticado

Legenda: Não há dúvidas de que, prejudicar o Governo Federal é o objetivo, aliás, o único objetivo dessa CPI
Foto: Evaristo Sá/AFP

O Brasil vem enfrentando diversas crises ao mesmo tempo em decorrência da pandemia que assola a humanidade desde o início de 2020: crise social, política, econômica, psicológica, de insegurança e, principalmente, de desconfiança nas autoridades estaduais e municipais, a quem o STF outorgou todos os poderes para o combate pandêmico.

Diante do desemprego em massa em decorrência dos decretos de lacração e da esquizofrenia ideológica que priva os doentes da testagem em massa; do acesso à medicação eficaz, ao tratamento inicial e ao pronto atendimento na rede de saúde pública, ampliando assim o número de óbitos ao longo de 15 meses, uma CPI inoportuna foi criada por ordem monocrática de um togado do STF para apurar, não os desvios e roubalheiras de recursos públicos, mas para apurar “especificamente” uma eventual culpa do Presidente Bolsonaro face aos mortos por Covid-19.

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Ora, leitores, sejamos francos: uma CPI que tem uma bancada de inimigos fadigais do Presidente Bolsonaro e como relator, o senador Renan Calheiros (responsável por uma dezena de processos no STF por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e outros delitos), é óbvio que essa CPI já surgiu viciada, por isso mesmo não inspira a mínima confiança da sociedade quanto o seu propósito e menos ainda quanto o seu resultado.

Felizmente o presidente do Senado, instado pela sociedade, incluiu nos objetivos da CPI a apurações dos desvios de recursos que o Governo Federal enviou para Estados e Municípios combaterem a pandemia com total liberdade, inclusive com dispensa de licitação.

No primeiro dia de depoimentos na CPI (04/05), o ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, demitido do cargo no dia 16 de abril de 2020, afirmou perante o Brasil que o Presidente Bolsonaro contrariou orientações baseadas na ciência para o combate à pandemia.

A pergunta que fazemos é: de que ciência ou quais os fundamentos científicos concretos embasam o Deputado Mandetta, para acusar o Governo Federal de forma tão inescrupulosa, se as ciências e todos os cientistas do planeta desconheciam completamente e continuam desconhecendo até hoje a extensão, as variantes e a cura para a Covid?

Como um chacal travestido de coelho, Mandetta omitiu que a demora da OMS de reconhecer o coronavírus como pandemia gerou, no início, uma série de dificuldades na definição de medidas de combate à Covid-19. Omitiu que cometera o erro grotesco de não cancelar o Carnaval no início da pandemia. Omitiu que teria dito em março, repetidas vezes, que a testagem em massa era desperdício de recursos públicos. 

Omitiu que errou feio ao negar a eficácia do diagnóstico precoce e do tratamento inicial. Omitiu que seu o maior erro, que ceifou um bosque de pessoas indefesas, foi recomendar que, ao sentir sintomas da Covid-19, a pessoa deveria ficar em casa por 14 dias e só deveria procurar ajuda quando sentisse falta de ar. Esse erro primário resultou em enorme subnotificação dos internados em hospitais com suspeitas de Covid.

Quem assistiu a inquisição tumultuada do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, no dia 05/05, percebeu claramente que a trama sórdida que vem sendo urdida pelos senadores da oposição, Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues, Otto Alencar e Omar Aziz, não objetiva soluções para a crise sanitária que já consumiu mais de R$ 1,3 trilhão de Reais do Tesouro, mas objetiva unicamente criminalizar, em primeiro lugar, o Presidente do Brasil pelas mortes, e em segundo lugar, para contestar a prescrição da Hidroxicloroquina, Ivermectina, Vitamina D e Zinco, medicação que tem uma infinidade de defensores dentro da comunidade médica e científica nacional e internacional.

Ora, leitores, a tarefa principal da CPI deveria ser investigar como foram gastos o dinheiro liberado pelo governo Bolsonaro para combater a doença nos estados e municípios, pois o contribuinte sabe que a maioria dos gestores da pandemia desviaram recursos durante as eleições municipais, para pagamento da folha de pessoal; pagamento de precatórios, para aprimorar a indústria das multas de trânsito, para propaganda e, por isso mesmo, deixaram de atender as demandas de leitos, equipamentos e medicamentos gratuitos para elevar a imunidade das pessoas. Portanto, não há dúvidas de que, prejudicar o Governo Federal é o objetivo, aliás, o único objetivo dessa CPI, e não há outro no script!

Faltou honestidade aos inquisidores da CPI e também aos ex-ministros da saúde quando omitiram que as vacinas só foram consideradas parcialmente eficazes no início de novembro 2020; quando omitiram que o mundo só começou a vacinar no final de dezembro de 2020 e que o Brasil aplicou a sua primeira leva de vacinas no dia 17 de janeiro de 2021, ou seja, poucos dias depois. Portanto, condenar o Governo Bolsonaro por não ter comprado vacinas da Pfizer ou de qualquer outro fabricante em agosto de 2020, antes de termos suas eficácias comprovadas, é pura leviandade.

Convém que digamos firmemente aos senadores da oposição e aos ex-ministros da saúde o seguinte: negacionismo é negar a eficácia da testagem em massa; é negar o tratamento profilático ou inicial; é negar que a imunidade de rebanho só ocorre com pelo menos 60% da população imunizada, seja de forma natural ou de forma artificial, através da vacina; é negar o pronto atendimento aos primeiros sintomas de infecção; é sonegar a medicação eficaz que a oposição sataniza, não com amparo em ciência, mas por pura histeria ideológica.

É fato que o Mundo está vivendo um presente esticado, acreditando que o fim dessa pandemia ocorrerá quando as nações mais pobres tiverem acesso às tecnologias e ao know-how de produção de vacinas e de suprimentos. Contudo, tal solução exige uma urgente e necessária quebra das patentes. Mas há uma resistência imensa por parte dos fabricantes de vacinas. Apesar disso, os governos prometem que, ao final da vacinação, teremos no futuro um mundo mais saudável e melhor. Eu, particularmente, não alimento tanta esperança nesse futuro prometido, mas ainda assim, me agarro à pouca que tenho.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.