Ideologia e impostura

Neste final de março, as Forças Armadas do Brasil celebram 57 anos da contrarrevolução comunista, regime que a “esquerda” brasileira nomina de “ditadura militar”, mas que, em verdade, revezou cinco presidentes honrados e proativos ao longo de 20 anos em que o País crescia e se desenvolvia à taxa de 11,1% ao ano, deixando de ser um País agrário para se tornar uma Nação industrializada.

Como falar em ditadura militar se o presidente Castelo Branco ficou no poder apenas 2 anos e 11 meses? Se o presidente Costa e Silva governou somente por 2 anos e 5 meses? Se a Junta Governativa, composta por três militares, governou por apenas 60 dias? Se a presidência de Garrastazu Médici durou 4 anos e 5 meses? Se o presidente Ernesto Geisel governou 5 anos e passou a vaga para o presidente João Figueiredo, que governou por 6 anos e afastou-se completamente da cena política?

Portanto, é desonestidade pechar de ditadura os governos militares enquanto se defende regimes tirânicos no quais o sujeito não suportaria viver. No Brasil, há uma corte de latifundiários da cultura e uma plêiade de intelectuais que aplaudem os regimes ditatoriais de Cuba e Venezuela, mas obviamente não querem viver lá de jeito nenhum.

É verdade que inocentes não chegam ao poder e, nas disputas pelo poder, não há inocentes e nessas disputas cada trapaceiro blefa com a carta que esconde. Tanto que as elites da esquerda omitem que, ao contrário de tantos outros presidentes, governadores, prefeitos, parlamentares e burocratas, nenhum presidente do período militar enriqueceu; nenhum deles deixou posses e haveres roubados da nação para seus herdeiros e todos eles morreram como cidadãos comuns, de classe média ou menos ainda.

De fato, não há honestidade intelectual e nem mesmo seriedade histórica quando confundem os cinco governos militares pós 64, com as ditaduras implantadas nos países aparelhados e sob o império de ideologias fracassadas no passo da história.

Parece certo dizer que, num período de conflitos pelo poder a qualquer custo moral, a ideologia, enquanto instrumento de aliciamento e doutrinação, representa a negação da fecundidade do pensamento e da liberdade do espírito, afinal, o indivíduo que se escraviza a uma ideologia não produz ideias próprias e torna-se vítima de uma ideia fixa alheia.

Ora, sendo a ideologia instrumento de opressão, significa em última instância a depravação maior do pensamento e da inteligência dos impostores que têm sede de poder. Significa também a impostura com que os tolos esterilizam seu pensamento, sua inteligência e até mesmo a sua honra.

Muitas vezes, fascinados por uma promessa generosa e ludibria, os indivíduos se encerram no círculo estéril e sem saída de uma ideologia. Os séculos 19 e 20 ampliaram essa indigência e impostura com a endemia maléfica do marxismo; com a tragédia sanguinária do comunismo e das suas versões fakes, como o socialismo, que é eufemismo envergonhado de comunismo; com a truculência dos estados-nações que se curvaram à tirania, à opressão, ao isolamento, à supressão das liberdades e do direito de ir e vir e empobreceram com os confiscos e expropriações da propriedade privada.

Essas ideologias em confronto exterminaram o que poderia brotar de humanismo e democracia nos círculos respeitáveis do pensamento e anularam qualquer possibilidade de progresso das sociedades.

Eu não sinto falta dos governos militares, nem de qualquer governante civil, mas sinto muita falta do respeito pelo contribuinte, de honestidade no trato dos negócios públicos, da ordem e progresso conquistados em todas as áreas finalísticas do Estado pós 64: educação, saúde, segurança, infraestrutura energética, viária, urbana e industrial, áreas tão bem contempladas pelos governos militares que ainda hoje não foram superadas pelos governos subsequentes.

Bastaria citar apenas uma ITAIPÚ para suplantar os 16 anos em que apenas dois governantes petistas chegaram ao poder, nele enriqueceram e nutriram com recursos das estatais brasileiras a maior rede de corrupção da história deste país.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.