Valencia promete banir torcedores responsáveis por ofensas racistas contra Vini Jr, do Real Madrid

Clube já identificou uma dos responsáveis pelo crime

Legenda: Valencia promete punir torcedores responsáveis por atos racistas contra Vini Júnior.
Foto: JOSE JORDAN / AFP

A diretoria do Valencia prometeu identificar e banir os torcedores responsáveis pelas ofensas racistas contra Vinicius Júnior, neste domingo. A equipe enfrentou o Real Madrid em mais uma rodada do Campeonato Espanhol. O clube informou que a polícia local já identificou um deles, mas não revelou se houve punição.

"O clube condena energicamente este tipo de comportamento, que não tem espaço no futebol e não corresponde aos valores do Valencia e dos seus torcedores", informou o clube espanhol, em comunicado. "Desde os momentos em que os fatos aconteceram, estamos analisando todas as gravações disponíveis, trabalhando com a máxima celeridade para esclarecer o que aconteceu com o objetivo de atuar com rapidez e contundência."

O clube revelou ter aberto um procedimento disciplinar contra os torcedores e prometeu "máxima severidade" contra eles. "Eles serão expulsos do estádio por toda a vida", avisou o clube.

"Deste modo, reafirmamos nossa posição contra o racismo, atuando com a mesma contundência desde 2019, quando banimos um torcedor que fez gestos e saudações fascistas contra torcedores do Arsenal, em jogo do Liga Europa", disse o clube espanhol.

ENTENDA O CASO

O brasileiro Vinicius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid no domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada e depois retomada pelo árbitro, por causa das ofensas.

Nos acréscimos da partida, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de se desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou cartão amarelo, mas, após revisão do lance pelo VAR, foi expulso pela arbitragem.

O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico, Carlo Ancelotti, dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo, ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano.

"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", afirmou o atleta em seu perfil no Twitter

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. "Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas