O tradicional evento ocorreu nesta sexta-feira (23) no estádio Olímpico, no Japão
A cerimônia de abertura da Olimpíada de Tóquio-2020ocorreu nesta sexta-feira (23) e uniu a milenar tradição japonesa com a tecnologia para homenagear as vítimas da Covid-19 em todo o mundo. A luta contra a pandemia que manteve o planeta recluso inspirou a concepção do evento, valorizando o esforço e a persistência individual.
Com o estádio Olímpico praticamente vazio (apenas mil convidados estavam presentes), a cerimônia foi pensada essencialmente para privilegiar a transmissão pela TV. Isso se tornou visível com uma das primeiras ações, em que uma moça agachada esticou o corpo acompanhada de uma sombra que não era a dela, mas de uma planta germinando.
Assim, a referência à obra da artista plástica japonesa Yayoi Kusama logo no início da cerimônia, quando faixas de luz vermelha criaram desenhos segundo seu traço, foi significativo - a obra explora os limites físicos e psicológicos da pintura, o que provocou uma feliz conexão com o esforço dos atletas que, durante o ano de 2020, foram obrigados a improvisar treinamentos em casa.
Homenagem para vítimas
Apesar de celebrar a vida, a cerimônia também prestou homenagem aos mortos, especialmente as vítimas da Covid-19. Foi o que mostrou a performance do ator e dançarino japonês Mirai Moriyama, cuja apresentação de dança-arte, marcada por gestos silenciosos, teve como tema a morte, o renascimento e a simbiose.
O tom de homenagem prosseguiu quando um grupo de bailarinos e sapateadores lembrou uma classe respeitada no Japão, os bombeiros, especialmente os que foram vitimados do novo coronavírus e também do terremoto de 2011. O episódio lembrou o trabalho de marceneiros que resultou na confecção em madeira dos arcos olímpicos.
Desfile das delegações
A entrada das delegações seguiu a ordem do idioma japonês, o que deixou o Brasil atrás de países como Uruguai e Zâmbia. E, apesar de ocupar boa parte da cerimônia, foi reduzida pelo número menor de atletas participantes.
Despertou atenção a entrada da delegação da Arábia Saudita, com uma mulher ajudando a carregar a bandeira. E também a dupla brasileira (Ketlyn Quadros, do judô, e Bruninho, do vôlei), aplaudida ao ensaiar passos de samba.