'Os Trapalhões': relembre o programa que chegou ao fim há 25 anos

Protagonizada pelo quarteto Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, a atração fez sucesso em várias emissoras de televisão. Somente na Globo ficou no ar por quase duas décadas

Escrito por Redação ,
Os trapalhões
Legenda: O cearense Renato Aragão, eternizado como "Didi", com os companheiros Zacarias, Dedé e Mussum, em foto de 1983
Foto: Helder

Clássico programa de humor protagonizado pelo quarteto Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, "Os Trapalhões" chegou ao fim no Brasil há 25 anos, em 27 de agosto de 1995.

Em seu último ano no ar, já abalado pela morte de dois de seus membros nos anos anteriores, a maior parte do programa consistia em reprises de quadros antigos, com Renato Aragão e Dedé Santana como apresentadores.

"Estávamos há 26 anos gravando sem parar", comentava Renato ao Estadão, em março de 1995. "Os Trapalhões serão sempre os quatro", sacramentava, afastando a possibilidade de substituições.

Origem dos Trapalhões

Renato Aragão já vinha fazendo sucesso há algumas décadas em programas que serviriam de inspiração mais tarde, como Os Adoráveis Trapalhões, ao lado de Ted Boy Marino, Ivon Curi e Wanderley Cardoso, que surgiu em 1966, na TV Excelsior.

Anos depois, viria Os Insociáveis, na Record. O nome do programa foi uma exigência de Paulo Machado de Carvalho, que não queria a repetição do termo "Trapalhões", para não fazer referência à atração anterior de Didi.

Foi na época de Os Insociáveis que Mussum foi convidado por Didi e Dedé, formando um trio. A proposta foi feita de forma que o artista, que integrava o grupo Originais do Samba, não precisasse parar sua carreira musical.

Em 1974, veio a estreia de Os Trapalhões na TV Tupi. Desta vez, o escolhido para se tornar o quatro trapalhão foi Zacarias, que então fazia sucesso como o garçom Moranguinho no Café Sem Concerto.

Em março de 1977, com salários atrasados na Tupi, o elenco migrou para a Globo, na qual ficou no ar por cerca de 18 anos.

Ao longo das décadas, os filmes estrelados por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias também foram sucesso de bilheteria, como Os Trapalhões nas Minas do Rei Ralomão, Os Trapalhões na Serra Pelada e Os Trapalhões e o Rei do Futebol, com participação de Pelé.

O fim dos Trapalhões

A morte de Mauro Faccio Gonçalves, o Zacarias, em 18 de março de 1990, abalou o grupo. O ator tinha 56 anos e estava afastado das gravações por orientação médica, com expectativa de retorno em abril daquele ano.

Após o luto, Renato Aragão, Dedé Santana e Mussum voltaram a fazer Os Trapalhões, com diversas mudanças na atração.

O trio continuou as gravações até o programa de 26 de dezembro de 1993, tirando um período 'sabático' em seguida. Meses depois, em 29 de julho de 1994, morreu o humorista Antônio Carlos Bernardo Gomes, mais conhecido como Mussum.

Em 1995, a dupla Didi e Dedé retornou, apresentando a reexibição de quadros antigos. Ainda houve tentativa de novos quadros, como o Plantão Trapalhão, com a atriz Alessandra Aguiar, e versões humorísticas de clássicos infantis, mas, pouco depois, o programa saiu do ar em definitivo.

Ao longo de sua trajetória, Os Trapalhões também contaram com outros nomes importantes, como Roberto Guilherme (o Sargento Pincel), Tião Macalé e Carlos Alberto de Nóbrega.

Entre 1995 e 1998, Renato Aragão e Dedé Santana chegaram a estrelar uma versão de Os Trapalhões na TV SIC, de Portugal. Os artistas viajavam para a Europa a cada dois ou três meses para realizar as gravações enquanto viviam no Brasil.

Pós-Trapalhões

Em entrevista ao Estadão em junho de 1996, Renato Aragão cogitava não renovar seu contrato com a Globo. À época, só realizava especiais, sem um programa próprio.

Em 1998, Renato Aragão voltaria a ter seu programa próprio na emissora, a Turma do Didi, aos domingos. Mesmo sem a repercussão dos tempos de Os Trapalhões, o humorístico durou bastante tempo no ar e só acabou em 2010.

Em 2017, Os Trapalhões ganhou um remake na Globo com Lucas Veloso, Bruno Gissoni, Mumuzinho e Gui Santana, interpretando Didico, Dedeco, Mussa e Zaca, referências aos humoristas originais. O resultado, porém, não agradou ao público e o programa não durou muito.

Após 44 anos na emissora, o contrato de Renato Aragão chegou ao fim em  30 de junho de 2020. Desde então, o humorista já deu declarações cogitando participar de humorísticos de outras emissoras.

 

 

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