A vitamina E é importante para o organismo por ter funções como prevenir doenças cardiovasculares, melhorar a pele e fortalecer o sistema imunológico. Ela é rica em tocoferol, um potente antioxidante que serve principalmente para proteger as células do organismo contra doenças e alterações no DNA, as quais podem levar a problemas como envelhecimento precoce e câncer. Além disso, ajuda regular os níveis de colesterol no sangue, prevenindo complicações como aterosclerose e infarto.
Essa vitamina ainda é importante para manter a saúde da pele, aumentando a elasticidade e prevenindo rugas, e melhora a circulação sanguínea no couro cabeludo. Essa vitamina também fortalece o sistema imunológico e melhora a produção hormonal.
Em uma alimentação equilibrada e rica em vegetais, ovos, carne e oleaginosas como castanhas e amendoim, é possível obter naturalmente a quantidade necessária de vitamina E recomendada por dia, sendo importante lembrar que a suplementação desta vitamina deve ser prescrita por um profissional especializado, alerta a nutricionista Érika Farias*.
O que é vitamina E?
Trata-se de uma vitamina lipossolúvel, a qual possui afinidade com gordura, composta de uma família de tocoferóis (conjuntos de compostos antioxidantes), sendo eles alfa, beta, gama e teta.
Para que serve?
É uma vitamina muito importante para o funcionamento do corpo, pois combate de forma generalizada os radicais livres, que são espécies reativas de oxigênio liberadas pelo corpo durante o funcionamento normal e aumentado quando temos alguma doença. Tais radicais livres também são responsáveis por desenvolvimento de doenças, como o câncer; e estão envolvidos em doenças crônicas (como a hipercolesteolemia, termo aplicado quando o colesterol total ou o colesterol LDL estão elevados, e a endometriose).
Além disso, tem relação com o envelhecimento precoce da pele e dos órgãos. Portanto, podemos pensar que é uma vitamina que ajuda no combate ao envelhecimento, adiciona a nutricionista. Em 1980, McKey e King demostraram a vitamina E como o maior antioxidante das membranas celulares, protegendo da peroxidação e estabilizando radicais livres.
Quais os benefícios?
Devido ao alto poder antioxidante, a vitamina E é usada pelo corpo para várias funções de proteção e combate ao envelhecimento precoce e redução de impacto de processos inflamatórios no corpo, explica Érika Farias.
Diversos relatos indicaram os benefícios desta vitamina para a saúde como agentes anti-inflamatórios, antioxidantes e compostos antiangiogênicos tanto na proteção contra a aterosclerose como contra o câncer.
As recomendações mínimas de consumo de vitamina E, pelo Instituto of Medicine (IOM), órgão que norteia as demandas de vitaminas e minerais para profissionais de saúde de todo o mundo, ficam em torno de 15mg por dia, para adultos e idosos, com alterações em bebês, crianças e gestantes. Há ainda a recomendação de suplementação caso a pessoa não atinja essas quantidades com frequência, precisando ter atenção redobrada em pacientes com doenças crônicas, atletas de alto rendimento e fumantes, alerta a nutricionista.
Quais alimentos possuem vitamina E?
Por ser uma vitamina encontrada e melhor absorvida em fontes de gordura, a vitamina E está em alimentos gordurosos como a semente de girassol, óleos vegetais comestíveis (soja, milho, cártamo), amêndoa, amendoim, avelã, castanha-do-Pará, nozes, óleo de fígado, óleo de soja e pistache.
Qual o melhor horário para ingerir alimentos com vitamina E e para suplementar?
Falando em alimento, não existe uma hora específica, pois o próprio alimento já traz a fonte de gordura que melhora a absorção da vitamina, esclarece Érika Farias.
Caso seja suplementação, é importante que esteja em veículo oleoso e seja consumido com fontes alimentares de gordura, comumente encontradas no almoço e jantar.
Apesar da recomendação da IOM, o ideal é que nenhuma suplementação seja feita sem sinais clínicos óbvios, que devem ser avaliados por profissional de saúde capacitado, como nutricionista e médico.
Quais os problemas causados por deficiência de vitamina E?
A deficiência grave causa anemia por envelhecimento celular precoce, distúrbios neurológicos como dificuldade de marcha, ataxia (falta de coordenação dos movimentos), neuropatia (perda de sensibilidade sensorial), miopatia (fraqueza dos músculos), retinose pigmentada (doença degenerativa da retina) e fragilidade capilar. Tal quadro clínico é raro e somente observado em síndromes mal absortivas, fibrose cística, doença celíaca, entre outras.
Quando não é indicado o consumo?
O uso dessa vitamina de forma generalizada pode influenciar na saúde do fígado. Para atletas, se consumido de forma excessiva, pode atrapalhar no processo de adaptação do corpo ao treino, trazendo prejuízos na performance e evolução esportiva, frisa a nutricionista.
Qual a relação entre vitamina E e a saúde feminina?
Além da prevenção do câncer, doenças cardiovasculares, manejo de dermatite atópica, manejo de doenças autoimunes como lúpus, degenerações mentais crônicas como o Alzheimer e o Parkinson (casos ainda sendo estudados), a vitamina E está sendo testada em doenças da saúde feminina como endometriose, síndrome dos ovários policísticos; pode ser usada no tratamento da doença fibrocística da mama e sintomas pré-menstruais.
“Há também relatos de redução dos sintomas do climatério, como fogachos, podendo ser usada como uma alternativa à reposição hormonal quando há contraindicação por risco de câncer de mama”, adiciona Érika Farias.
Como inserir alimentos com vitamina E no dia a dia?
Usar as sementes de girassol com as refeições pode ser uma boa opção, podendo ser crua ou tostada. Deve-se também utilizar os óleos comestíveis nos preparos e temperos de alimentos e incluir as nozes e castanhas em lanches junto com as frutas.
Se a pessoa está em processo de emagrecimento, é importante que essa adequação seja feita por um nutricionista para não atrapalhar a evolução da perda de peso, haja vista que alimentos gordurosos possuem maior densidade calórica (quantidade de caloria por grama de alimento), alerta Érika Farias.
*Érika Farias é nutricionista formada pela Universidade Metropolitana de Fortaleza (Unifametro), pós-graduada em Nutrição, Fisiologia e Metabolismo do Esporte pelo Instituto Inades, pós-graduanda em Nutrição Clínica em Gastroenterologia pela Faculdade VP, certificada em Nutrição Comportamental pelo Instituto de Nutrição Comportamental, em Mindfull Eating pelo método Comer Compassivo, em Saúde da Mulher pelo Instituto Ana Paula Pujol r certificada pelo Método de Modulação Intestinal do Professor Murilo Pereira. Dona do perfil @erikapaulanutri e do site erikapaulanutri.com.br.