CAC deve receber águas do Velho Chico já na próxima semana; barragem de Jati chega a 80%

O trecho de emergencial do Cinturão das Águas (CAC) é o início do percurso hídrico até a chagada no Açude Castanhão. Operários realizam os últimos ajustes para chegada das águas

Escrito por Honório Barbosa , regiao@svm.com.br
Legenda: Jati já acumula 80% de água. Na próxima semana, o recurso deve ser transferido ao CAC para iniciar o percurso até o Castanhão
Foto: Divulgação

O trecho inicial do Cinturão das Águas (CAC) deve receber, já na próxima quinta-feira (13), água oriunda do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), a partir da barragem de Jati, no município de mesmo nome no sul do Ceará. É no CAC que começará o percurso das águas até chegar ao Castanhão, maior açude cearense.

A principal barragem do Estado, com capacidade de acumular 28 milhões de metros cúbicos, recebeu a água oriunda do Rio São Francisco vinda de Pernambuco. Atualmente já acumula cerca de 80% de sua capacidade e deve chegar à capacidade máxima na próxima semana. As informações são da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), que diariamente faz o monitoramento do volume do reservatório.

“Estamos em contagem regressiva, contando nos dedos os dias para a chegada da água ao CAC É a realização de um sonho e de uma longa espera dos cearenses de uma das obras mais esperadas”, destacou o secretário executivo da SRH, Aderilo Alcântara

Preparo

Operários contratados pela Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) realizam serviço de manutenção e limpeza, desde a semana passada, num trecho de 54 km do CAC, entre Jati e a tomada de água para o riacho Seco, em Missão Velha. O objetivo é deixar tudo pronto para receber as águas do Velho Chico.

No serviço de limpeza do canal são utilizadas caçambas, máquinas pá-mecânicas e carregadeiras de grande e de menor porte, que são as conhecidas ‘Bobcat’ sobre rodas – utilizadas para transporte, descarregamento e remoção de materiais no canteiro de obras. Alcântara explicou que o serviço de limpeza e manutenção é comum em fim de obra. 

“Todo o trecho já foi inspecionado e está pronto para receber as águas do São Francisco”, garante. 

Projeto

O Cinturão das Águas do Ceará (CAC) terá seu trecho 1 – entre as cidades de Jati e Nova Olinda – extensão de 149km. Esse segmento é dividido em cinco lotes. A chamada etapa emergencial, que vai receber na próxima semana as águas do Rio São Francisco, se concentra nos lotes 1, 2 e 5

Nesse trecho, a água vai seguir por gravidade por canais, túneis e sifões em uma extensão de 53km até a tomada de água para o riacho Seco.

Em seguida, a água vai seguir pelo leito natural do riacho Seco até o Rio Salgado, onde desaguará no Rio Jaguaribe, no município de Icó, chegando à bacia do açude Castanhão, no município de Jaguaribara. O percurso entre o riacho Seco e o Castanhão é de 250km.

Todo o percurso entre Jati e o Açude Castanhão é de aproximadamente  300km, sendo 53km do CAC – canais, túneis e sifões e 250 por leito natural no riacho Seco e nos rios Salgado e Jaguaribe, onde haverá infiltração.  

O secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, pontuou, em entrevista no mês passado ao Sistema Verdes Mares, que ainda é incerto o tempo de percurso da água por leio natural no riacho Seco e nos rios Salgado e Jaguaribe até o Castanhão. A estimativa, entretanto, é em torno de 60 dias.  

O governo estadual vai acompanhar o percurso da água e realizar obras necessárias de desobstrução do leito natural (pequenas barragens particulares, bancos de areia) com o objetivo de que a água escorra com maior facilidade e rapidez.

Continuidade

O lote 3, que corta os municípios de Barbalha e Crato, mas não faz parte do "eixo emergencial", precisa de mais recursos para ter a continuidade dos serviços. O avanço físico até agora é de 30%. Já o lote 4, que segue de Crato até Nova Olinda, onde desaguará no rio Cariús, atinge apenas 8% e está parado.

No futuro, a água do Rio São Francisco chegando ao Rio Cariús em Nova Olinda irá desaguar, por gravidade, no Rio Jaguaribe, após a cidade de Jucás e seguirá até a bacia do açude Orós, segundo maior reservatório do Ceará, em terras do município de Iguatu, na região Centro-Sul cearense.

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