Fortaleza possui 12,7 mil moradias com esgotos ligados a rios ou mar, aponta Censo

A proporção de residências nesta situação é similar ao cenário de 2010, quando 10,6 mil também tinha esse tipo de despejo irregular

Escrito por Lucas Falconery , lucas.falconery@svm.com.br
Legenda: Esgotamento sanitário é despejado em rios e mares de Fortaleza
Foto: Nilton Alves

O esgotamento sanitário de 12.727 domicílios ocupados em Fortaleza não faz parte da rede adequada e é despejados em rios, lagos, córregos ou no mar. Essa informação está descrita nos novos dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23), sobre as características dos domicílios no País.

A situação de despejo inadequado do esgoto retratado no censo mais recente mostra uma proporção semelhante ao último levantamento. No Censo Demográfico de 2010, Fortaleza tinha 10.686 na mesma situação, quando a cidade tinha 710.066 domicílios. Em 2022, a capital cearense tinha 860.139 moradias.

Fortaleza, inclusive, ocupa a 10ª posição nesse ranking entre as cidades brasileiras. Ao analisar a situação no Nordeste, Recife (27.577) aparece em 1º lugar, Jaboatão dos Guararapes (13.617), também em Pernambuco, está na 2ª posição e Salvador (13.112), na Bahia, ficou em 3º lugar.

Ranking nacional:

  • 1º - São Paulo (SP): 123.932
  • 2º - Manaus (AM): 46.911
  • 3º - Rio de Janeiro (RJ): 31.917
  • 4º - Recife (PE): 27.577
  • 5º - Guarulhos (SP): 25.036
  • 6º - São Gonçalo (RJ): 14.329
  • 7º - Belo Horizonte (MG): 13.893
  • 8º - Jaboatão dos Guararapes (PE): 13.617
  • 9º - Salvador (BA): 13.112
  • 10º - Fortaleza (CE): 12.727

No Estado, a capital cearense tem o maior número de moradias nessa situação, seguida por Baturité (1.009), no Maciço de Baturité, Sobral (929), na Região Norte e Caucaia (812), na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Por outro lado, 13 municípios cearenses aparecem sem nenhum domicílio ligado a corpos hídricos como rio e mar. Altaneira, Icapuí e Poranga são exemplos dessa lista.

Veja também

Acesso ao esgoto no CE

O IBGE detalha a situação dos cearenses em relação ao esgotamento sanitário e aponta que 37,2% têm acesso à rede geral ou pluvial de esgotamento sanitário. Mas as fossas rudimentares ou mesmo buracos ainda são realidade para 34,7% dos domicílios no Ceará.

As fossas sépticas ou fossa filtro, também não ligadas às redes, são comuns em 20% das moradias no Estado. Em menor escala, aparecem valas e outras formas de despejo.

Alguns avanços são registrados entre os censos. Em 2010, por exemplo, 32,7% da população era atendida pela rede de esgotamento sanitário, mas 45,4% usavam fossas rudimentares.

Retrato dos domicílios

As informações publicadas pelo IBGE detalham o cenário das moradias nos estados brasileiros em relação ao abastecimento de água, destino do lixo e tipo de esgotamento sanitário, por exemplo. Os resultados podem embasar políticas públicas para aumentar a qualidade de vida da população.

Em relação ao esgotamento, o Censo Demográfico de 2022 teve uma alteração em comparação aos questionários sobre esgotamento sanitário com a inclusão de uma nova categoria de resposta, contemplando os domicílios com fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede geral.

No censo anterior, não existia uma categoria de resposta especificando isso e todas as informações eram referentes à "rede geral de esgoto ou pluvial". Com a mudança, o IBGE pretende ter um cenário mais detalhado de quem tem acesso ou não à rede de esgoto.

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