Projeto de reflorestamento deve atingir neste ano marca de 50 mil mudas nativas plantadas no Ceará

Um projeto de reflorestamento no Ceará deve chegar, neste ano, a marca de 50 mil mudas reflorestadas de espécies nativas como Ipê, Pau-brasil, Barriguda e Sabiá. A iniciativa é desenvolvida pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) a partir do reaproveitamento de lodo na Estação de Tratamento (ETA) Jaburu, em Tianguá. Anualmente, são plantadas cerca de 5 mil mudas de espécies nativas. 

O assunto foi tema de transmissão ao vivo, nesta terça-feira (2), promovida pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta sexta-feira (5). Devido o isolamento social, a Pasta está promovendo virtualmente a Semana do Meio Ambiente 2020, com programação aberta ao público nas redes sociais.

“Tratamos o lodo gerado na ETA e usamos na compostagem no viveiro de produção de mudas nativas”, explicou o tecnólogo em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, Alex Melo. Ele, que é supervisor de Meio Ambiente da Cagece, apresentou, durante a transmissão, práticas de sustentabilidade desenvolvidas na Estação de Tratamento. 

Ele ressaltou que “transportar o lodo para o aterro é oneroso”. Para tal, a compostagem doméstica foi uma solução viável de resíduos de podas e criação de viveiros de mudas nativas para reflorestar estações de tratamento de efluentes.

“O que resultou em benefícios para o meio ambiente além de ganhos financeiros”, destacou.

Além de utilizadas na própria ETA, as mudas são distribuídas em eventos, escolas e utilizadas no reflorestamento de Unidades de Conservação do Ceará. O projeto está em funcionamento desde 2014 e já reflorestou 2.500 metros quadrados na Estação de Tratamento de Efluentes, em Croatá. O lodo tratado também é transformado em tijolo e usado no pomar experimental para cultivo de pitaia e café, em Jaburu.

Encontro
 
O encontro virtual desta terça-feira foi mediado pela gestora da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bica do Ipu, na Ibiapaba, Tatianna Angelo. Segundo ela, a meta é atingir, em 2020, a marca de 50 mil plantas nativas utilizando o composto produzido na ETA. Porém, reconhece que o número pode mudar. “Com a pandemia, a produção, certamente, será prejudicada”, ponderou a gestora.

São plantadas espécies como Ipê, Pau-brasil, Barriguda, Sabiá, Jatobá, Caliandra, Catanduva e Eucalipto.

Também no encontro foi discutido o uso da compostagem, processo de transformação da matéria orgânica em adubo, como prática simples e eficaz. “O primeiro passo é separar o lixo seco do úmido. É um procedimento simples e pode ser feito em casa, na escola, no campo e até em um município”, destacou o especialista em Gestão Pública e educador ambiental da APA da Serra de Baturité, Aldeni Marinho. 

Segundo ele, conforme o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, 17% dos resíduos no Brasil são rejeitos; 32% são secos e recicláveis; e 51% são orgânicos. “Só de orgânicos são 32 milhões de toneladas por ano que poderiam virar compostos orgânicos, mas acabam nos aterros”, afirmou.

Semana do Meio Ambiente

Tradicionalmente, a Sema realiza a Semana do Meio Ambiente com uma série de atividades abertas ao público, porém, neste ano, por conta da pandemia da Covid-19, a comemoração foi adaptada ao formato virtual. A programação segue até sexta-feira (5).

O Dia Mundial do Meio Ambiente é considerado a principal data das Organizações das Nações Unidas (ONU) para promoção da conscientização ambiental. A programação segue até sexta-feira (5).

• Dia 4 de junho, às 10h: A relação das lagoas interdunares com o turismo;
• Dia 5 de junho, às 10h: Seminário “Educação Ambiental na pandemia e pós- pandemia”.