Credibilidade e apuração de qualidade são selos do Diário do Nordeste para combater desinformação

Em qualquer suporte, a base dos profissionais de jornalismo ainda é formada por compromisso com o leitor, responsabilidade social e senso crítico

Fazer jornalismo profissional, independente da plataforma. A partir de amanhã, o Diário do Nordeste é 100% digital e segue com a essência de informar os leitores com a mesma clareza e credibilidade que sempre nortearam suas atividades em 39 anos de páginas impressas. O desafio é manter a qualidade da informação diante da crescente propagação de notícias falsas no meio digital, principalmente vinda das redes sociais. 

Na última década, a maneira como as pessoas se comunicam foi tomada por celulares e outros dispositivos móveis, exigindo cada vez mais rapidez e precisão. Isso impacta diretamente nos modos de se produzir e distribuir conteúdo jornalístico, sobretudo o bem apurado, checado e aprofundado - que, no meio digital, pode chegar a um número ainda maior de leitores.

Nesse ritmo acelerado, profissionais de imprensa do Diário do Nordeste, dos experientes aos mais novos, são unânimes ao apontar que o jornalismo profissional se torna ainda mais relevante para atestar a veracidade dos fatos e comunicar com transparência. O colunista Tom Barros completa, neste ano, 30 anos de colaboração com o jornal, onde começou a escrever análises esportivas em 1991. Nesse tempo, amadureceu a ideia de que não importa o suporte de veiculação, o importante é se investir no compromisso de comunicação com os leitores e nos critérios corretos de investigação.

“Acredito que qualquer mudança traz sempre incerteza, mas a credibilidade no digital se estabelece pela continuidade do modelo anterior. O trabalho continua sério e decente pela proposta do veículo, que é conjunta. Quando você tem acesso a um jornal de tradição, você confere se é verdade o que estão dizendo”, diz.

Victor Ximenes, editor do Núcleo de Negócios que iniciou a carreira como estagiário, no fim de 2008, considera que, hoje, o leitor busca informações que se alinhem às plataformas do cotidiano. Logo, o mercado precisa se ajustar, “com ênfase em conteúdo digital de qualidade e credibilidade, sobretudo em um período tão maculado pela proliferação de notícias falsas”.

Nesse sentido, aponta ele, a publicação de um veículo profissional, “fiel a uma série de ritos e protocolos de apuração jornalística, com credibilidade construída ao longo de décadas”, se transforma num “carimbo de qualidade e procedência”. “Você consumiria um produto essencial como um alimento sem ter ideia de onde ele veio? Provavelmente não”, provoca Ximenes. 

A leitura da editora temática de Política, Jéssica Welma, desde 2019 no Diário do Nordeste, é que o jornalismo está, e deve investir ainda mais, num patamar elevado de entrega da informação, quando comparado às redes sociais. “Ele opera com ferramentas de checagem da veracidade daquele fato, em um primeiro momento, para depois mergulhar em diferentes vieses: o que causou, quem são os envolvidos, quais as motivações, o que pode vir em seguida, quais impactos do fato na rotina das pessoas, para quais pontos se deve ficar alerta”, enumera.

Relevância

Além de contribuir para a orientação cotidiana dos leitores, nas mais diversas áreas, a produção jornalística do Diário do Nordeste é laureada com diversos prêmios ao longo da história. Só em 2020, venceu o Prêmio da Prefeitura de Fortaleza de Jornalismo, da Associação de Defensores Públicos do Ceará (Adpec) e do Ministério Público do Ceará (MPCE). No ano anterior, também conquistou o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos e o Prêmio Policiais Federais de Jornalismo.

Com novos horizontes, o trabalho jornalístico também ganhou novas competências, segundo o editor do Núcleo de Distribuição de Conteúdo Digital e SEO, Alan Barros, que atua na área desde 2010. Entre elas, estão identificar quais informações as pessoas precisam conforme a rotina delas, otimizar a performance das páginas na internet e assegurar diferentes canais de transmissão do conteúdo.

“Uma notícia publicada no Diário do Nordeste passa por rigoroso processo de apuração e checagem até ser publicada. Nem toda informação postada nas redes sociais por agentes que desconhecem técnicas do jornalismo tem esse cuidado”, alerta Barros.

Aline Conde, editora-executiva do Sistema Verdes Mares, trilhou toda a trajetória profissional no meio digital, desde 2012, ainda como estagiária. Ela reitera que, mais considerável do que ter em mente onde uma informação é publicada, é saber quem está informando. “O conteúdo que o leitor está consumindo tem toda uma estrutura no backstage: excelentes repórteres e editores que estão atentos, diariamente, a tudo que acontece no Ceará e no Brasil. O principal objetivo é continuar sendo relevante para a sociedade e se aproximar, cada vez mais, das pessoas”, aponta.

A opinião é endossada por Dellano Rios, editor de Vida Privada (Núcleo de Cultura e Entretenimento) e colaborador do Diário desde 2005, quando começou como repórter. “O jornalista profissional não é, nem deve ser, tolerante com a informação errada. Ele age para entregar o mais rápido possível, e o possível só começa depois que a informação está completa na mão dele”, explica. Para ele, a atividade da imprensa é dinâmica e exige atualização constante - como o próprio mundo, que se reconfigura a partir das tecnologias da informação e dos costumes trazidos por elas.

Futuro

Somando duas fases, o editor de fechamento impresso Fernando Maia já tem décadas de história com o Diário do Nordeste, onde entrou em 1986 ainda como estagiário. De lá para cá, vivenciou diversas revoluções tecnológicas e percebe que, a exemplo de outros jornais, o fim do impresso era uma tendência. Contudo, explica, o digital mantém a busca por fontes credíveis, trabalho com ética e fluxo técnico. “O Diário sempre esteve antenado, fazendo mudanças à frente do tempo, e esse é mais um passo para isso”, garante.

Theyse Viana, repórter da Editoria Metro desde novembro de 2017, percebe que informações publicadas em redes sociais podem não expressar “a solidez e a profundidade daquele conteúdo, que pode ser desmentido ou simplesmente deletado a qualquer momento”. “Como a ciência, sobretudo em tempos de pandemia, o jornalismo precisa ser, acima de tudo, acessível, claro e até didático – porque as informações falsas se propõem a ser tudo isso. Em resumo, o jornalismo profissional e sério deve ser obstinado a ocupar todos os ambientes”.