Presidente do PDT Ceará, o deputado federal André Figueiredo disse que o partido ainda trabalha "com a esperança de mantermos a coligação", mas considera que a união ficou "mais difícil" após reunião entre o ex-governador Camilo Santana (PT) e dirigentes de seis partidos que integram a aliança governista na noite desta terça-feira (19). Contudo, ele ressalta: "se houver um eventual rompimento não fomos nós".
Toda a movimentação ocorre após o diretório estadual do PDT escolher, na noite desta segunda-feira (18), o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT) para concorrer ao Governo do Ceará. Ele concorria diretamente com a governadora Izolda Cela (PDT), que tinha a preferência de partidos aliados como o PT, o MDB e o PP.
Após a decisão do PDT, o diretório estadual do PT se reuniu, na tarde desta terça, e lançou resolução na qual critica a decisão do então aliado.
"A exclusão de Izolda representou igualmente a negativa do diálogo na busca de consenso e o pouco apreço à aliança, aos aliados e, sobretudo, o desprezo às conquistas e melhorias alcançadas na vida dos cearenses por conta do seu trabalho, junto com Camilo nos anos recentes", diz o texto.
Logo após a reunião, o presidente do PT Ceará, Antônio Filho afirmou que houve um "rompimento unilateral" da aliança por parte do PDT. "O PDT fez a opção de decidir de forma unilateral. Não houve oportunidade para o diálogo e essa decisão deles representa, tácito e unilateralmente, um impedimento da aliança, um final da aliança".
"Não tem sentido dizer que a gente rompeu", rebate André Figueiredo. "Se houver um eventual rompimento, não fomos nós". O presidente do PDT, no entanto, afirma que dentro do partido ainda há "esperança" na continuidade da aliança.
"A gente ainda espera que não haja rompimento. Inclusive, em nenhum momento sinalizamos qualquer tipo de não apoio a Camilo para o Senado. Sempre temos dito que o Camilo é nosso candidato ao Senado. Estamos envolvidos na manutenção desse apoio a esse projeto que vem dando certo há tanto tempo", completa.
Definições da chapa ao Governo
Em Brasília para a convenção do pré-candidato a presidente, Ciro Gomes (PDT), desde esta terça, Figueiredo diz que o ex-prefeito Roberto Cláudio ficou no Estado para dialogar com partidos a respeito da sucessão estadual. Por enquanto, ressalta, nenhuma outra função da chapa foi definida.
"A convenção (marcada para o dia 24 de julho) vai delegar à Executiva o poder de fazer avaliações necessárias para montar a coligação e a chapa. Iremos homologar a candidatura de Roberto e, a partir daí, fazer as tratativas sobre quem será o vice", detalha.
Segundo ele, "não havendo rompimento", o candidato para o Senado continuará sendo o ex-governador Camilo Santana. Caso a aliança seja rompida, "isso será discutido".