O repórter Tino Marcos anunciou sua saída da Rede Globo nesta terça-feira (2) após 35 anos na emissora. O carioca de 58 anos agradeceu pelas redes sociais. "Se alguém buscar no arquivo uma matéria do velho repórter, de qualquer época, vai encontrar sempre a expressão de um cara feliz fazendo aquilo", escreveu o jornalista.
Tino participou da cobertura de oito Copas do Mundo e de seis Olimpíadas. Em entrevista ao GloboEsporte.com, ele explicou que a decisão já era cogitada e que a pandemia ajudou a acelerar a definição.
"É uma variável decisiva nesse processo. Tornou inviável agora a gente fazer o que vinha fazendo. Não sei quando vamos voltar a ter a plenitude. E quando vamos voltar? Não sabemos como está o mundo. Tem todo um contexto. Minha filha se formando na faculdade, minha esposa se aposentado esse ano, eu perdi os meus pais. Tinha um envolvimento muito grande com eles e fiquei sem eles. A vida... 2021 está me trazendo muitas novidades. Por agora é isso aí. Viver essa pandemia, ficar em casa o máximo que eu posso. Eu tenho o privilégio de poder ficar em casa com as coisas direitinhas", explicou Tino, que viveu um período sabático nos últimos anos para cuidar da família.
Com 30 anos de experiência cobrindo a Seleção Brasileira, o momento mais marcante, de acordo com o jornalista, foi a conquista do tetracampeonato mundial em 1994, quando foi auxiliar do repórter cinematográfico da final.
"Aquela história da volta olímpica, eu pulei, entrevistei os caras. O Galvão disse que era a consagração do repórter. O único cara que entrou em campo e entrevistou os tetracampeões, vinte e quatro anos depois. Era um negócio assim, uma catarse. Uma apoteose. Um brasileiro vivendo aquilo ali. Então, para mim, isso vai ser sempre o número 1", lembra Tino.