Travesti cearense é agredida e morta em hotel em São Paulo

Kareen Victoria foi para São Paulo em agosto deste ano

Escrito por Redação ,
Legenda: Kareen Victoria viajou para São Paulo em agosto deste ano, para trabalhar como garota de programa.
Foto: Arquivo pessoal

A travesti Kareen Victoria, de 18 anos, natural do Ceará, foi agredida e morta na noite desta quarta-feira (9), em um hotel na cidade de São Paulo. A família da jovem faz uma campanha para trazer o corpo dela da capital paulista para Fortaleza.

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Kareen chegou a gravar um vídeo momentos antes do crime acontecer, informando que estava em um hotel e enviou para a família. Em um outro vídeo registrado após o crime, a jovem aparece caída no chão do estabelecimento, desacordada, enquanto uma amiga fala que ela foi agredida por um cliente que se recusou a pagar um programa.

Segundo Alessandra, irmã de Kareen, um laudo do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo atestou que a causa da morte da jovem foi traumatismo craniano. Kareen Victoria foi para São Paulo em agosto deste ano para trabalhar como garota de programa e pretendia retornar ao Ceará dia 20 deste mês.

Alessandra afirma que Kareen estava no hotel acompanhada de um cliente e da amiga, quando a colega dela pegou o aparelho celular do cliente e colocou na bolsa da jovem sem ela perceber. Quando o suspeito sentiu falta do aparelho, revistou a bolsa de Kareen e iniciou as agressões depois de encontrar o celular.

A amiga e o agressor foram presos, de acordo com a irmã da vítima. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo declarou que a Polícia Militar foi acionada, por volta de 12h40, para atender a ocorrência de desentendimento envolvendo três pessoas, em um hotel na Avenida Parada Pinto. 

A SSP ainda informou que uma equipe do Samu compareceu ao local e constatou o óbito da vítima. O agressor e a amiga de Kareen foram presos em flagrante e encaminhados até a delegacia distrital. Foram solicitados exames periciais. Por fim, a Secretaria informou que o boletim de ocorrência foi registrado no 38º DP (Vila Amalia) como homicídio, furto e lesão corporal.

Conforme dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Ceará é o segundo Estado com mais mortes de pessoas trans no período janeiro a 31 de outubro de 2020, com 19 casos, ficando atrás apenas de São Paulo, que registrou 21 assassinatos travestis e transexuais no mesmo período.

 

 

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