Corpo encontrado pela Marinha é de pescador cearense que desapareceu em lancha

Filho de pescador viajou até o Rio de Janeiro e fez reconhecimento do corpo no Instituto Médico Legal (IML) de Macaé

Escrito por Redação ,
Corpo de pescador foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Macaé
Legenda: Corpo de pescador foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Macaé
Foto: Arquivo Pessoal

Renato Marcolino dos Santos, filho mais velho do pescador WIlson Martins dos Santos, identificou o corpo do pai no Rio de Janeiro, na tarde deste sábado (6). Em vídeo enviado ao Diário do Nordeste, ele informou que o enterro será no município de Trairi, no Ceará

"Venho aqui, em nome da minha família Santos, oficializar que um dos dois corpos que foram encontrados realmente é do meu pai. Um grande homem, do mar, que tinha o sonho de fazer essa travessia, mas por um infortúnio não pôde completá-la", declarou Renato em um vídeo.

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Legenda: Tripulação era composta por cinco pessoas. Na imagem, estão Domingos Souza (de branco à esquerda); Wilson dos Santos (de camisa verde), Ricardo (de branco à direita). Um mecânico (em roupas pretas) e uma pessoa conhecedora da rota (de azul) também seguiam viagem.
Foto: Arquivo pessoal

Wilson fazia parte do grupo que desapareceu, no mês passado, a bordo de uma lancha que vinha do Rio de Janeiro para Fortaleza. As buscas começaram dois dias depois. Na última quinta-feira (4), dois corpos foram encontrados a 50 km leste do Farol de Cabo Frio. Neste sábado (6), outros dois corpos também foram encontrados na área de busca da embarcação.

Renato viajou ao Rio de Janeiro para fazer o reconhecimento do corpo do pai, mas já havia indícios que era Wilson Martins dos Santos por um colar e relógio encontrados com o corpo.

"Vou levar nosso conterrâneo para ser velado na nossa terra. Ele vai  ter o prazer de ser enterrado na nossa terra. Desde já, só tenho a agradecer principalmente ao meu lugar, Guajiru, e a todos vocês do Brasil que ficaram solícitos comigo", declarou Renato dos Santos. 

'Sonho'

wilson pescador
Legenda: Wilson comemorou a chegada dos 57 anos ao lado da família, no último dia 12 de janeiro
Foto: Arquivo pessoal

Segundo a filha do pescador, Flor dos Santos, a ida do pai ao Rio de Janeiro foi carregada de simbolismos, já que seria a primeira viagem de avião de Wilson. O cearense foi convidado pessoalmente pelos proprietários da embarcação para fazer a jornada. "Na mesma hora, ele disse 'sim' e perguntou 'já é para ir amanhã?'. O Sr. Ricardo até falou assim: 'Domingos, bem que você falou que o Wilson gosta mesmo'. E ele respondeu: 'Tô te falando que o homem é dos bons'", lembra. 

Os dias que antecederam a viagem foram tomados de ansiedade. "Foi a realização de um sonho. Ele estava muito empolgado. Tinha medo, mas estava tão empolgado que queria ir". Ao desembarcar no aeroporto do Rio, Flor chegou a perguntar o que o pescador havia achado da experiência no ar, ao que ele respondeu: "É bom demais, minha filha". 

Três corpos aguardam identificação

Os dois primeiros encontrados corpos estavam na área de buscas da lancha em que os cinco amigos desapareceram, a cerca de 50 quilômetros ao leste do Farol de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, na última quinta-feira (4).

Nesta sábado (6), a Marinha do Brasil encontrou mais dois corpos na mesma área de buscas. As forças armadas informaram em comunicado que a aeronave Sea Hawk e uma embarcação pesqueira localizaram as vítimas a 35 quilômetros a sudeste do Farol de Cabo Frio.

Desaparecimento

O grupo desapareceu no dia 29 de janeiro, três dias após sair da Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro, rumo a Vitória, no Espírito Santo, para fazer o primeiro abastecimento da lancha. Um dia antes, porém, o motor da embarcação havia apresentado problemas técnicos.

Estavam na embarcação: Guilherme Ambrósio, como comandante; Cláudio de Souza, operador de máquinas; Wilson dos Santos, pescador; e Ricardo Kirts e Domingos de Souza, donos do equipamento. 

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