Brasileirão ultrapassa marca de 80 jogadores estrangeiros; Mendoza é um dos destaques

Maioria dos atletas vem da Argentina

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Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 09:42)
Legenda: Mendoza é um dos destaques da Série A do Brasileirão.
Foto: Kid Junior/SVM

O Campeonato Brasileiro de 2022 ultrapassa a marca de 80 estrangeiros em clubes nacionais. A chegada de Cristian Pavón e Vidal (Atlético-MG e Flamengo), além de Otero (Fortaleza) elevou o número para 82 nesta edição do torneio. O recorde é de 2022, quando 84 participaram. Atacante do Ceará, Stiven Mendoza aparece entre os destaques. Além disso, Marcelo Paz avalia o trabalho de Vojvoda no Fortaleza.

A Argentina aparece no topo da lista com 20 representantes, distribuídos por 13 das 20 equipes da competição. Uruguai (16), Colômbia (14), Paraguai (8), Equador (7), Chile (4), China (3), Venezuela (2), Ucrânia (2), Itália (2), Portugal (2), Coreia do Sul (1) e Estados Unidos (1) são os outros países que figuram na lista.

Vale lembrar que dos 82 estrangeiros na elite do futebol brasileiro, oito nasceram em território nacional, mas adquiriram outra nacionalidade. Éder (Itália), André Anderson (Itália) e João Moreira (Portugal), no São Paulo; Ricardo Goulart (China), no Santos; Júnior Moraes (Ucrânia), no Corinthians; Aloísio (China), no América-MG; Marlos (Ucrânia), no Athletico-PR; Chico Kim (Coreia do Sul), no Juventude, são alguns exemplos.

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Até o momento, o destaque entre os estrangeiros atua há muito tempo no Brasil. Trata-se de Arrascaeta, do Flamengo. O uruguaio tem média de nota de 7,58 por jogo, segundo avaliação do Sofascore, especializado em estatísticas. Com base nas notas do site, confira a lista dos dez destaques do Brasileirão.

Atual líder, o Palmeiras tem o zagueiro paraguaio Gustavo Gómez (7,29) como destaque. A lista ainda tem Stiven Mendoza (Ceará: 7,27), Jhon Arias (Fluminense: 7,21), Nacho Fernández (Atlético-MG: 7,19), Robert Arboleda (São Paulo: 7,18), Victor Cuesta (Botafogo: 7,17), Carlos de Pena (Inter: 7,14), Jonathan Calleri (São Paulo: 7,13) e Eduardo Vargas (Atlético-MG: 7,11).

O advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito esportivo, explica que o Brasil se tornou um mercado bastante atrativo para os jogadores. "Há um interesse muito grande dos jogadores sul-americanos pelo Brasil. O Campeonato Brasileiro hoje apresenta um alto nível de competitividade. A estrutura dos clubes, e dos estádios, está cada vez melhor, e esses fatores são levados em consideração pelos atletas."

Para o vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, o mercado sul-americano se tornou uma solução para o fato de que os jogadores brasileiros estão deixando o País cada vez mais cedo. "É uma nova fonte para a captação de atletas. Além do fato de que em países como Argentina, Colômbia e Uruguai, a qualidade técnica e as condições financeiras se enquadram com o pretendido por uma Série A."

Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, adota discurso similar ao explicar o motivo para contratar estrangeiros. A equipe gaúcha conta com quatro gringos, sendo três nacionalidades. Dois argentinos (Fabrício Bustos e Gabriel Mercado), um uruguaio (Carlos de Pena) e um americano. "Acredito que isso se deve muito pelo fato de que, nos últimos anos, houve um crescimento muito grande na qualidade técnica desses jogadores. Podemos observar essa evolução dentro de campo e fora dele".

TREINADORES

Fora das quatro linhas, também é fato que o futebol brasileiro tem atraído treinadores estrangeiros. Eram oito técnicos até esta quinta-feira, antes de o Santos demitir o argentino Fabián Bustos, sendo quatro portugueses (Abel Ferreira, António Oliveira, Luís Castro e Vítor Pereira), três argentinos (Antonio Mohamed, Juan Pablo Vojvoda e Bustos, agora desempregado) e um paraguaio (Gustavo Morínigo).

O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, elogia o comportamento de Vojvoda, que chegou ao clube no ano passado. "Ele propôs uma metodologia diferente que levou o time a competir de maneira mais agressiva e a lutar por posições com grandes equipes do futebol brasileiro." O Fortaleza não repete a campanha da temporada passada neste Brasileirão, mas o time tem futebol para deixar a lanterna da competição.

Há exemplos de técnicos estrangeiros, no entanto, que não conseguem se adaptar ao futebol brasileiro. No começo de junho, Paulo Sousa, treinador do Flamengo, não suportou uma sequência negativa de resultados e do tamanho da pressão e foi demitido. Bustos, no Santos, também começa a conviver com essa pressão causada pela falta de resultados. O time da Vila foi eliminado da Copa Sul-Americana em casa nesta quarta.

"Normalmente, o técnico estrangeiro vem acompanhado de uma comissão que, assim como ele, sente esta mudança de país e cultura. É muito importante que os clubes consigam fazer com que os treinadores se sintam confortáveis e bem recebidos, além de oferecer um tempo necessário para uma adaptação", afirmou Júnior Chávare, profissional com larga experiência no futebol e que trabalhou no Atlético-MG, São Paulo e Grêmio.

Confira o top 10 dos estrangeiros do Brasileirão:

  1. Arrascaeta(7.58)
  2. Gustavo Gómez (7.29)
  3. Stiven Mendoza (7.27)
  4. Jhon Arias (7.21)
  5. Nacho Fernández (7.19)
  6. Robert Arboleda (7.18)
  7. Victor Cuesta (7.17)
  8. Carlos de Pena (7.14)
  9. Jonathan Calleri (7.13)
  10. Eduardo Vargas (7.11)

*Notas do site Sofascore

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