O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que as polícias civis, militares e federal apresentem em até 48 horas todas as informações sobre os organizadores, financiadores e líderes dos atos antidemocráticos promovidos em frente a quartéis e em rodovias. Os movimentos são realizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Manifestações que atentam contra a democracia, com pedidos por intervenção militar e bloqueios ilegais em rodovias, começaram a ser realizadas em diversas cidades do país após o resultado das eleições, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na decisão, Moraes determinou que as autoridades policiais encaminhem todos os dados de bolsonaristas envolvidos nas manifestações ilegais em frente aos quartéis das Forças Armadas e a partir da identificação dos caminhões e veículos utilizados para bloquear estradas.
A medida vale para as Polícias Civis e Militares dos Estados e do Distrito Federal, assim como a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF)
Os responsáveis pelas forças policiais ainda terão de informar todas as medidas adotadas até o momento para lidar com os bloqueios de rodovias e estradas, assim como o que foi feito em relação aos atos antidemocráticos em frente aos quartéis.
O Ministério Público Federal (MPF) está investigando se a Polícia Rodoviária Federal (PRF) teve motivação política na atuação contra os bloqueios ilegais em rodovias.
Manifestações antidemocráticas
Os bloqueios em rodovias causaram engarrafamentos e transtornos em diversas partes do país. Em São Paulo, a rodovia que dá acesso ao aeroporto de Guarulhos foi obstruída por manifestantes e voos tiveram que ser cancelados. Bolsonaro chegou a divulgar um vídeo pedindo que as vias sejam desobstruídas.
O último balanço da PRF, da noite desta segunda-feira (7), indica que há oito bloqueios em rodovias federais - sete no Mato Grosso e um no Paraná. Há também 10 interdições parciais.
Mais cedo nesta segunda, apoiadores de Bolsonaro foram flagrados atacando pedras em um comboio da PRF enviado à cidade de Novo Progresso, no Pará, para desbloquear um trecho da rodovia BR-163.