Americanos prestam homenagem aos quase 3 mil mortos do 11 de Setembro

Um minuto de silêncio foi observado às 8h46 no memorial de Manhattan, onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center (WTC)

Os Estados Unidos marcam, neste sábado (11), o vigésimo aniversário do 11 de Setembro, com cerimônias para homenagear os cerca de 3 mil mortos nos ataques da Al-Qaeda, em uma atmosfera tensa pela caótica retirada americana do Afeganistão.

Um minuto de silêncio foi observado às 8h46, 9h46 no horário de Brasília, no memorial de Manhattan (Nova York), onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center (WTC), exatamente vinte anos após o primeiro avião sequestrado pelos terroristas ter atingido a Torre Norte. 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, presidiu a homenagem aos 2.977 mortos (incluindo 2.753 em Nova York) no "Marco Zero" ao lado de seus antecessores Barack Obama e Bill Clinton. 

Em duas décadas, os ataques terroristas mais mortais da História agora estão bem ancorados na história política e na memória coletiva dos Estados Unidos, mas a dor das famílias das vítimas e sobreviventes continua extremamente viva.

Mike Low, que perdeu sua filha Sara, comissária de bordo de um dos aviões sequestrados, falou da tribuna do Memorial entre as árvores de um "lugar reconfortante de memória" em frente às duas enormes piscinas construídas no lugar das torres, nas ruínas do Marco Zero.

Por três horas, parentes das vítimas leem e evocam - muitas vezes em lágrimas - os nomes e lembranças das 2.977 pessoas que morreram nos três locais dos ataques.

A cerimônia de Manhattan é pontuada por homenagens musicais - na flauta, no violino ou canto - como com o astro americano Bruce Springsteen e seu "I'll see you in my dreams" no violão.

Minutos de silêncio são observados para o colapso das duas torres do WTC, o ataque ao Pentágono perto de Washington e a queda de um dos aviões em Shanksville, Pensilvânia, onde cerimônias de homenagem também estão sendo realizadas.

Frank Siller, irmão de um bombeiro do Brooklyn que morreu no WTC, caminhou 537 milhas (864 km entre Washington e Nova York) do Pentágono, em Shanksville, até o Marco Zero, e está levantando fundos para apoiar as famílias das vítimas.

A América nunca se esquecerá do 11 de Setembro", disse Siller à AFP.

O evento anual 'Tribute in Light' também marcou o 20º aniversário dos ataques, com luzes projetadas no horizonte de Manhattan, em Nova York, na noite desta sexta-feira (10). 

Biden pede união

Em uma mensagem de vídeo transmitida na sexta-feira (10) à noite, Biden pediu "união, nossa maior força". 

Mas depois de oito meses no cargo, ele é amplamente criticado pelo desastre do fim da intervenção militar no Afeganistão, com Washington sendo pego de surpresa pelo avanço meteórico do Talibã.

“Para mim é a principal lição do 11 de setembro. No momento de maior vulnerabilidade, (...) a união é nossa maior força”, declarou o presidente dos Estados Unidos em sua mensagem de 6 minutos gravada na Casa Branca.

Em 20 anos, os Estados Unidos perderam 2.500 soldados e gastaram mais de US $ 2 trilhões no Afeganistão.

"União não significa que todos devemos acreditar na mesma coisa, mas é essencial que respeitemos uns aos outros e tenhamos fé uns nos outros", disse.

Além do memorial de Nova York, Biden e sua esposa, Jill, visitarão os outros marcos dos ataques de 11 de setembro neste sábado: o Pentágono, nos arredores de Washington, e o local na Pensilvânia onde um avião sequestrado por jihadistas caiu 20 anos atrás.