Pupunha: o que é, benefícios e como cozinhar

Os efeitos positivos produzidos pelo consumo do fruto são diversos, mas deve ser ingerido com moderação por algumas pessoas

Da extração do óleo a produção de farinha, a pupunha é um alimento de elevado valor nutricional e energético, além de possuir sabor agradável. Por ser um fruto versátil e rico em nutrientes e em benefícios para o organismo, como vitaminas e ferro, ele pode ser usado tanto na alimentação humana quanto na de animais. 

Os efeitos positivos produzidos pelo consumo do fruto são diversos, como reduzir o risco do desenvolvimento de doenças degenerativas e cardiovasculares, mas deve ser ingerido com moderação por algumas pessoas.  

O que é? 

Pupunha é um fruto originado da Pupunheira, de nome científico Bactris gasipaes Kunth. A palmeira é nativa da região amazônica e a safra da fruta acontece entre dezembro e março, conforme a nutricionista Jamile Tahim*. Segundo informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil é um dos maiores produtores da planta.  

O sabor do alimento possui uma ampla variabilidade devido à safra e produção, mas geralmente, como explica a especialista, apresenta uma textura oleosa e consistente devido ao teor de gorduras e amido na composição. 

Qual a diferença da pupunha para o palmito pupunha? 

A pupunha e o palmito pupunha são produtos originados da Pupunheira. Enquanto o primeiro é o fruto da palmeira, o segundo é extraído do pecíolo — parte integrante da folha responsável por ligar o limbo ao caule —, ou seja, está no popularmente conhecido como “miolo” das folhas da planta.  

Conforme a Embrapa, o palmito produzido a partir da pupunheira é considerado sustentável economicamente, principalmente nos estados do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo. Outra característica é que a produção dele não prejudica a planta, diferente de outras espécies em que a retirada do alimento contribuí para a extinção delas, como no caso da juçara, nativa da Mata Atlântica.  

Além de emitir novos brotos por mais de 10 anos, a pupunha tem a vantagem de ser precoce, pois começa a produzir palmito 18 meses após o plantio. A rusticidade, vigor e produtividade da planta também são itens apreciados pelos produtores rurais, segundo a instituição.  

Outro diferencial é que o palmito não escurece rapidamente após o corte, constituindo uma vantagem em relação às demais palmeiras e possibilita a venda in natura, com maior valor agregado. 

É um fruto considerado reimoso? 

Segundo Tahim, “reimoso” é uma expressão usada pela sabedoria popular para se referir a determinados alimentos que podem fazer mal para a saúde de uma pessoa doente ou com condição especial. Como se fosse um insumo que gerasse uma “inflamação” e piorasse o estado de saúde. 

A nutricionista esclarece que a pupunha não é um fruto “reimoso”, como popularmente pode ser questionado. Na realidade, ele é energético e de alto valor nutricional, formado por uma polpa que é fonte de proteína. Composta por até 30% de gorduras e até 40% de carboidratos, ela é rica em carotenoides, compostos antioxidantes, além de vitamina A, cálcio, fósforo, ferro, complexo B. 

No entanto, deve ser consumido com moderação por pessoas com predisposição ao desenvolvimento de cálculos renais e elevado ácido úrico, pois possui cristais de oxalato de cálcio — ácido oxálico. 

Quais os benefícios da pupunha?  

A nutricionista listou os principais efeitos positivos para a saúde ligados ao consumo do fruto.  

  • Auxilia na redução do risco de doenças degenerativas e cardiovasculares: devido à alta concentração de carotenoides, substâncias antioxidantes, que protegem contra radicais livres e favorecem a capacidade anti-inflamatória do organismo, além de ser fonte de cálcio, fósforo e vitaminas do complexo B. 
  • Favorece a saúde dos olhos, pele e cabelos: por ser fonte de vitamina A, vitaminas do complexo B e compostos antioxidantes. 
  • Alimento energético: por possuir uma quantidade importante de carboidratos e gorduras, fornece energia rápida para organismo. 
  • Favorece o bom funcionamento do intestino: o alimento é rico em fibras e favorecer a ação probiótica do intestino, além de aumentar a sensação de saciedade.    

A quantidade de pupunha que deve ser consumida para ter acesso aos benefícios, segundo a especialista, varia conforme as características individuais da fase da vida como para crianças, adultos e idosos, por isso deve ser orientada individualmente conforme a necessidade de cada um por um profissional. 

Como comer pupunha?  

Tahim explica que o alimento pode ser consumido cozido ou desidratado em forma de farinhas, que podem ser usadas em diferentes preparações culinárias como bolos, pães, purês, cozido, assado etc. 

Purê de pupunha  

Ingredientes 

  • 400 g de pupunha cozida 
  • Sal a gosto 
  • 150 ml de leite 
  • 01 colher (sopa) de azeite virgem 

Modo de preparo 

Disponha em uma panela em fogo baixo a pupunha cozida e amassada com todos os ingredientes. Misture bem até formar consistência de purê. Se desejar, pode refogar cebola, alho e coentro no azeite para temperar a preparação. 

Pupunha assada com cúrcuma 

Ingredientes 

  • 350g de pupunha cozida e cortadas em sentido do cumprimento 
  • Sal a gosto
  • 01 colher (sobremesa) de cúrcuma em pó
  • Uma pitada de pimenta do reino moída 
  • 1 colher (sopa) de azeite virgem 

Modo de Preparo 

Corte a pupunha em pedaços menores, tempere com os temperos naturais e azeite. Depois, disponha em uma assadeira e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC por 25 minutos ou até que doure. Sirva em seguida. 

Como cozinhar pupunha?  

Ingredientes 

  • 500g de pupunha 
  • Água suficiente para cobrir o volume do fruto. 

Modo de preparo 

Cozer por cerca de 45 a 60 minutos em uma panela com água, depois descasque os frutos e corte-os ao meio para serem removidas as sementes.  

*Jamile Tahim é nutricionista, graduada em Nutrição pela Universidade de Fortaleza (Unifor), mestranda em Nutrição em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), especialista em Nutrição Clínica e Fitoterapia Aplicada, além de especialista em Nutrição em Nefrologia.