'DJ' acusado de matar ex-namorada na saída de uma festa em Fortaleza vai a júri popular

A estudante foi assassinada no bairro Centro, em abril de 2023. De acordo com o MPCE, o réu não aceitava o fim do relacionamento. O comparsa dele também foi pronunciado.

A Justiça decidiu que Alef Maciel Lopes deve ser julgado pelo Tribunal do Júri. O réu pela morte da ex-namorada, Bárbara Hellen Costa de Almeida Bessa, foi pronunciado e deve sentar no banco dos réus, após acusação do Ministério Público do Ceará (MPCE).

A pronúncia foi proferida nessa quarta-feira (2). O réu, conhecido como 'DJ', foi denunciado pela 111ª Promotoria de Justiça de Fortaleza pelo crime de homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio. Ainda não há data para o julgamento.

Bárbara foi morta em abril de 2023, quando saía de uma festa, no bairro Centro, em Fortaleza. "Segundo a denúncia do MPCE, assinada pelo promotor Marcus Renan Palácio, o réu Alef, não aceitando o fim do relacionamento, sabendo que a vítima se encontrava naquele local, para lá se dirigiu e, após a vítima sair, o acusado a seguiu num veículo Gol, de cor preta, e, na Rua Senador Alencar, a matou com vários tiros de arma de fogo de cano curto", conforme o promotor.

O juiz da 1ª Vara do Júri acolheu todas as qualificadoras. Também foi pronunciado o co-réu Daniel José de Sousa de Lima, o 'Pepper', sob acusação de ter escondido o veículo utilizado por Alef. 

Apesar de ter acompanhado Alef no dia do crime, "não há evidências de ação ou omissão de Daniel na prática do feminicídio", para o MPCE. "Daniel se limitou a prestar auxílio no sentido de favorecer pessoalmente Alef, eis que Daniel escondeu o carro utilizado pelo acusado na prática do delito", justificou o Órgão.

“Infelizmente, mais um caso de feminicídio, que passa a integrar o já deletério quadro estatístico em crimes desta natureza. Não obstante, o Ministério Público continua atuando de forma incansável, eficiente e eficaz para reprimir os autores desse tipo de conduta, buscando a justa e devida prestação da tutela jurisdicional do Estado”
Marcus Renan Palácio
Promotor de Justiça

Os advogados dos denunciados não foram localizados pela reportagem.

Acusado não aceitava separação

Ainda segundo a denúncia do MPCE, Alef Lopes foi até a festa para pedir por conciliação com Bárbara Bessa, pois ele não aceitava o término do relacionamento amoroso de um ano. O casal discutiu, a mulher quebrou o retrovisor e a placa do carro do ex-namorado, que a perseguiu com o veículo, desceu e a matou a tiros.

A investigação desenvolvida pelo DHPP apontou ainda que 'DJ' fazia ameaças de morte à ex-companheira, nas semanas anteriores ao crime, segundo o relato de testemunhas.

"A ação criminosa demonstra a motivação de natureza torpe, consistente no inconformismo pelo término do relacionamento. Não se trata de ciúmes, mas do ignóbil sentimento de posse, no qual o agente prefere matar a mulher a vê-la livre para decidir sobre a própria vida. O acusado utilizou recurso que dificultou a defesa da vítima, eis (que) foi surpreendida pela rápida aproximação de seu algoz em via pública. Expediente que se assemelha a emboscada, dado que a vítima não aguardava o ataque mortal", explicou o promotor de justiça Ythalo Frota Loureiro, na denúncia, sobre as qualificadoras do crime de homicídio.

'DJ' foi preso nove meses após o assassinato da estudante. Ele foi localizado em uma residência no bairro Jardim Iracema, em posse de drogas, conforme a Polícia Civil do Ceará.