Cearense envia monografia para o Papa Francisco e recebe carta de agradecimento do pontífice
Por meio da carta, entregue no dia 19 de fevereiro, a jornalista Dalila Lima foi agraciada com uma bênção apostólica
A cearense Dalila Lima, de Araticum, distrito de Ubajara, viu o seu trabalho de conclusão do curso de Jornalismo passar por um longo processo até que chegasse às mãos de uma pessoa fundamental para o seu desenvolvimento: o Papa Francisco. Isso porque o tema escolhido pela jornalista foi “Comunicação católica e as novas ferramentas de evangelização: o perfil do Papa Francisco no Twitter” e o seu grande desejo era que a pesquisa fosse lida pelo personagem principal. “Eu mandei porque ele merecia saber que as sementes que ele está plantando estão gerando bons frutos”, esclarece.
Formada pelo Centro Universitário INTA, em Sobral, no ano de 2017, Dalila conta que, a princípio, o assunto que abordaria em seu TCC seria outro, mas que mudou de ideia devido à afinidade e experiência com a comunicação religiosa. “Eu ia fazer sobre rádio, porém, eu estagiei 6 meses no jornal Correio Semana da Diocese de Sobral e já estava na pastoral de comunicação da Diocese de Tianguá. Por já estar trabalhando com comunicação católica, aquele desejo falou mais alto”, explica.
Outro objetivo que aflorou foi o sonho de que o Papa lesse o trabalho, e para isso, Dalila contou com a ajuda do destino. Em 2018, o padrinho da jornalista mudou-se para Roma e levou a monografia consigo. No entanto, o mestrado tomou grande parte de seu tempo e impossibilitou um encontro pessoalmente com Francisco, que era como Dalila queria que ele recebesse o presente. “Em 2020 meu padrinho voltou e disse que ia deixar a monografiacom um amigo dele para encaminhar por correio”, relembra. E assim, o trabalho chegou até a sua inspiração.
Carta de agradecimento do papa
Para Dalila, conseguir entregar a versão feita especialmente em italiano ao Papa Francisco já era uma grande realização. Ela só não imaginava que pouco tempo depois receberia uma carta de agradecimento. “Quando foi agora no início de janeiro, o amigo do meu padrinho conseguiu despachar. Junto com a monografia foi uma carta minha explicando os motivos que me levaram a escrever sobre ele. E aí quando foi agora, dia 19 de fevereiro, eu resolvi descer para comprar um pão, quando eu vejo aquela carta na escada”, recorda a surpresa.
“Você não deve dar alguma coisa ou fazer alguma coisa por alguém, esperando algo em troca. E eu não esperava que o Papa me respondesse. Eu mandei porque ele merecia saber que as sementes que ele está plantando estão gerando bons frutos. No final dos agradecimentos que ele fez, ele me proporcionou com uma bênção apostólica, que eu acho que é o sonho de qualquer católico”.
O processo
A jornalista se considera uma grande admiradora do Papa e da sua forma de se comunicar com todos os fiéis, em especial com os jovens. A participação do religioso nas redes sociais inspirou, então, a abordagem da monografia. “Quando eu estava escrevendo a monografia em 2017, eu não imaginava que ela iria fazer tanto sentido quanto ela fez no ano passado, porque tudo no ano passado foi através das redes sociais, como as missas transmitidas. Eu me interessei em fazer justamente por ver que naquela época o Papa já era o ‘Papa dos likes’”, informa.
Apesar do trabalho bem sucedido em vários aspectos, o processo até que ele ficasse pronto foi exaustivo. Dalila conta que dividia a maior parte do tempo entre o trabalho e a faculdade, já que além do TCC, cursava outras disciplinas. Sobravam apenas duas ou três horas de descanso. “Não foi um trabalho fácil, logo no início de 2017 eu tive duas perdas muito significativas, que foi de um amigo e um tio. Eu passei noites em claro, eu estava tendo aula pela manhã e à noite. Eu acordava 4h30 da manhã para ir para a faculdade em Sobral, chegava 13h, e ia trabalhar. À tarde eu voltava para a faculdade, chegava às vezes meia-noite, isso quando o ônibus não quebrava no caminho. Quando eu chegava eu já ia escrever a monografia”.
Agora, colhendo os frutos da monografia, a jornalista concorda que o esforço valeu a pena. “Quando eu escrevi a monografia em 2017, não passava pela minha cabeça mandar. Depois que eu apresentei, que a banca elogiou, eu tive a certeza que aquele trabalho tinha que chegar às mãos da minha inspiração. O Papa Francisco tinha que saber que a mensagem que ele está passando está chegando no destino final”, conclui.