Lula vota em São Bernardo do Campo na manhã deste domingo

O ex-presidente e candidato repetiu o gesto que fez no primeiro turno, beijando o comprovante da eleição

O ex-presidente e candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votou nesta manhã em São Bernardo do Campo. Ele chegou ao local de votação às 9h12, acompanhado de seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e apoiadores.

Ao sair da urna, Lula beijou o comprovante da eleição, mesmo gesto que fez no primeiro turno. Antes de deixar a sala, ele falou com a imprensa, abraçou e conversou com eleitores. As informações são do G1.

Além de Alckmin, acompanharam Lula sua esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja; a presidente do PT, Gleisi Hoffmann; e o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad. Centenas de apoiadores estavam desde cedo esperando a chegada do ex-presidente na porta na escola estadual João Firmino, onde ele vota.

Em entrevista, o ex-presidente disse que este é o dia para a população escolher o modelo de vida que quer. "Estou convencido que o povo vai votar em um projeto que a gente possa resgatar as pessoas que estão com fome, para que a gente possa ser civilizado", declarou.

Lula é o primeiro candidato de uma federação partidária, modalidade que consiste na união de dois ou mais partidos que deverão atuar como se fossem um só por pelo menos quatro anos. Esta é a sexta vez que ele participa da disputa presidencial.

O ex-presidente conta com apoio de políticos de centro e direita, que normalmente seriam oposição. Simone Tebet e Ciro Gomes, que disputaram o primeiro turno, já declararam apoio a Lula.

Trajetória política

Lula nasceu em Garanhuns, interior de Pernambuco, foi para São Paulo, onde trabalhou como ambulante, engraxate, ajudante de tinturaria e torneiro mecânico. A vida política começou em 1966, no movimento sindical, onde foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema em 1975.

Ele participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980 e disputou a presidência pela primeira vez em 1989, sendo derrotado por Fernando Collor de Mello (PRN) no segundo turno. Ele tentou novamente o cargo em 1994 e 1998, sendo eleito pela primeira vez como presidente em 2002. Após dois governos (2002 e 2006), ele apoiou a candidatura de Dilma Rousseff, que ganhou as eleições em 2010 e 2014. 

Em julho de 2017, Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Em 2021, ele teve as condenações anuladas e se tornou elegível após decisão do ministro do Supremo, Edson Fachin.

PLANO DE GOVERNO DE LULA

O documento com propostas para uma eventual gestão de Lula contém 21 páginas, nas quais o candidato estabelece compromissos e elenca as medidas que pretende colocar em prática no mandato, caso eleito. Ao todo, são três eixos de atuação.

Dentre os projetos, estão:

  • Elaboração de uma nova legislação trabalhista que garanta direitos a todas as formas de ocupação, como os trabalhadores autônomos e os mediados por aplicativos, por exemplo. 
  • Direcionar investimentos a áreas estratégicas, como habitação e reforma agrária, com o objetivo de gerar empregos.
  • Retomar programas como o Mais Médicos e fortalecer a Farmácia Popular e o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (Ceis).
  • Promover a inserção ocupacional e o assentamento de novos tipos de indústrias e serviços por meio de investimentos na infraestrutura urbana, nas comunicações e nas mudanças dos padrões de consumo e produção de energia.
  • Revogação do teto de gastos e a revisão do atual regime fiscal do País com uma reforma que reduza a tributação do consumo e que desonere, progressivamente, os produtos com maior valor agregado e tecnologia embarcada no comércio internacional.
  • Retomada da antiga política de preços dos combustíveis e do gás no País, considerando apenas o custo nacional sem submissão a questões internacionais. 
  • Recuperar a política externa brasileira cooperando internacionalmente com a América Latina e a África.
  • Fortalecer a integração da região com o elo construído no Mercosul, na Unasul, na Celac e nos Brics.