Raimundo Matos defende Capitão Wagner por não declarar apoio a Bolsonaro e antecipa visita do aliado

Candidato a vice na chapa de Capitão Wagner, Raimundo Gomes é do partido do presidente Jair Bolsonaro

A ausência do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, na campanha do Capitão Wagner (União Brasil) ao Governo do Ceará, segundo avaliação do candidato a vice-governador na chapa de Wagner, Raimundo Gomes de Matos, (PL) se deve meramente a "questões de fidelidade partidária". Ele, que é do mesmo partido de Bolsonaro, defende Wagner por não explicitar o apoio ao presidente, e argumenta que o partido de Wagner tem outra candidata ao Executivo federal e isso impõe limitações ao postulante.  

A declaração de Raimundo Matos foi feita nesta sexta-feira (9) durante entrevista à Verdinha e TV Diário, parte da cobertura eleitoral do Sistema Verdes Mares em 2022. Ele foi o terceiro candidato a vice a participar da série de entrevistas no Bom Dia Nordeste. 

“Nós temos que ter fidelidade ao partido. Capitão Wagner tem que ter fidelidade ao União Brasil, e o União tem uma candidata à presidência que é a Soraya (Thronicke)”. 
Raimundo Gomes de Matos
Candidato a vice-governador

De acordo com ele, nas atividades de campanha, a exemplo da presença na Praça Portugal, em Fortaleza, no último dia 7 de setembro, quando apoiadores de Bolsonaro realizaram uma ação e ele compareceu, mas Capitão Wagner, não, há uma cobrança do eleitorado para que Wagner explicite o apoio ao presidente. 

Contudo, o candidato a vice diz que compreende que a ausência está relacionada à formalidade legal que gera uma restrição de declaração de apoio. “pela legislação, (a declaração de apoio) é passível de receber processo”, completa ele. 

Além disso, Raimundo aponta que “as pessoas decidiram seu candidato a presidente e agora estamos num projeto de decidir o futuro governador do Ceará” e acrescenta que muitos eleitores declaram voto em outros candidatos a presidente, mas, segundo ele, apontam que independentemente disso irão votar em Wagner. 

Ele também reforçou que, no que diz respeito à campanha de Bolsonaro no Ceará, e ele, o próprio Raimundo Matos, por ser do PL, tem feito o esforço para garantir o palanque. “Quem apresenta as propostas, participa das reuniões do comitê do Bolsonaro, é o seu vice que é filiado ao PL. O partido União tem um candidato à presidência da República. E pelo que sei, ele (Wagner), na época da definição, até se posicionou contrário a ter um candidato para ter mais fluidez.” 

Agenda de Bolsonaro no Ceará 

O candidato a vice também mencionou que há uma previsão da vinda de Bolsonaro ao Ceará no dia 13 de setembro. Ele indica que está participando da articulação para garantir a presença do presidente e candidato à reeleição no Ceará. 

Segundo a pré-agenda, aponta Raimundo Matos, a visita deve ocorrer no dia 13, quando Bolsonaro deve passar por Salvador, Recife e Fortaleza. Mas não há horário definido ainda. De acordo com ele, o PL aguarda uma definição da coordenação nacional. 

Na entrevista, o candidato também contou que outra ação articulada por ele é a outorga do título de cidadania pela Câmara Municipal de Crateús (cidade natal do pai de Michelle Bolsonaro) à primeira dama Michelle Bolsonaro. “Ela como evangélica, mulher, representa um papel social importante”, acrescenta. 

Nesta semana, o PL havia anunciado que Bolsonaro viria ao Ceará, mas em seguida a agenda foi alterada e a visita adiada. 

Papel do vice

Questionado sobre a articulação da candidatura, já que inicialmente, nesta campanha, foi cogitado que Raimundo Matos poderia ser postulante ao posto de governador, ele disse que no momento de pré-campanha pesquisas internas apontavam que Capitão Wagner ganharia no primeiro turno. 

“Então, fomos orientados para fazermos essa composição, aprimorar o plano de governo do Capitão. Foi feita a composição e depois é que surgiu as duas candidaturas do governo (do PDT e PT). Mas de qualquer forma acreditamos que o PL poderia ter 30% (dos votos)”. 
Raimundo Gomes de Matos
Candidato a vice-governador

Quanto ao papel de vice, Raimundo Matos que já foi vice-prefeito de Maranguape, diz que nos municípios “o vice depende muito da articulação que o prefeito delibere”. Já no Governo, “é uma missão muito mais amplla”. 

De acordo com ele, a análise é que as trajetórias políticas dele e de Wagner, que foi vereador, deputado estadual e federal, são complementares, já que Raimundo tanto tem experiência no parlamento, como no exercício de cargos na administração pública. 

“Essa trajetória de candidato a prefeito, deu um ganho. Acredito que até foi positivo ele não ter ganho. Deu tempo ele ter capitalidade e fortalecer sinergias. Isso com a nossa presença contribui em algumas áreas que pode ser que ele não tivesse mais detalhes. A telemedicina, por exemplo, a assistência social ligada à saúde e educação”. 
Raimundo Gomes de Matos
Candidato a vice-governador

Propostas destacadas

Raimundo também evidenciou áreas nas quais um eventual governo dele e de Capitão Wagner devem atuar para alterar. Uma delas é a saúde. Ele enfatizou que pretende voltar a atenção para a saúde básica e destacou que “o sistema de saúde é um gargalo”.  

“O modelo do sistema de saúde vai ser totalmente diferente do que está hoje. Um candidato diz quer continuar. O outro diz que quer mudar, como se não tivesse há 16 anos dentro do Governo”, criticou. 

Outro ponto é a área econômica. De acordo com o candidato a vice, “O Ceará é um estado rico. É o segundo PIB do Nordeste”, mas o setor econômico, de geração de empregos, diz ele, precisa avançar. Ele também reiterou críticas ao uso do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop) “Esse dinheiro, dentro do bolo do Estado, está totalmente descaracterizado. Esse modelo está saturado".