O presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT), o deputado André Figueiredo, não irá participar da reunião convocada pelo diretório estadual da legenda para a tarde desta segunda-feira (16). Durante o encontro, será realizada a eleição de um novo quadro de dirigentes da sigla no Ceará.
A ausência do parlamentar foi confirmada ao Diário do Nordeste pela sua assessoria de comunicação. Segundo a equipe, Figueiredo está na China, em função de uma missão oficial da Câmara dos Deputados, e não poderá estar presente na oportunidade.
A reunião desta segunda acontecerá em caráter extraordinário, após o grupo liderado pelo senador Cid Gomes conseguir, no último dia 5 de outubro, assinaturas suficientes para convocar o ato. O objetivo dos pedetistas aliados a Cid é mantê-lo permanentemente no posto.
Nas últimas semanas, Gomes e Figueiredo protagonizaram um duelo pelo comando do PDT no Estado. Tudo começou com a destituição do ex-governador da cadeira de presidente estadual interino, depois de uma reunião na sede do PDT em Fortaleza, em 29 de setembro.
As atribuições foram reassumidas por André, que é o titular da cadeira e estava de licença. Ao tomar tal atitude, ele acusou Cid de ter desrespeitado acordos firmados entre eles. Um dos pontos alegados foi a concessão da carta de anuência para que o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão, pudesse sair dos quadros do partido sem perder o mandato.
Gomes, por sua vez, disse que seu adversário teria quebrado um compromisso com ele e seus companheiros. Em julho deste ano, os dois haviam firmado um acordo que viabilizasse uma troca no comando. Assim, André sairia de licença e Gomes ficaria na cadeira até dezembro.
O imbróglio desencadeou uma série de trocas de farpas e declarações públicas de ambos os lados. Pensando dar uma solução definitiva para a situação, aliados do senador passaram a mobilizar correligionários pela convocação de uma reunião para que fosse realizada a eleição do novo presidente do trabalhismo no Ceará.
O número mínimo de subscritores foi alcançado e divulgado pelo líder do Governo Elmano no Legislativo, Romeu Aldigueri. Mas, um dia depois do anúncio, Figueiredo promoveu a dissolução do diretório estadual. Substituindo a instância, foi criada uma comissão provisória, que seria responsável pelas decisões a partir dali.
A medida foi revertida e o impasse foi resolvido após uma decisão da Justiça, que concedeu uma liminar para que o diretório fosse recomposto e a reunião extraordinária convocada fosse mantida. A decisão judicial foi tomada após os cidistas entrarem com uma ação na Justiça.