Como o PDT vai resolver o impasse para definir a candidatura ao Governo do Estado em 2022 sem grandes prejuízos para o grupo político ainda é um mistério. Mas os critérios que devem balizar essa decisão minimamente foram destacados pelo presidente estadual, André Figueiredo, após reunião com a bancada de deputados no início desta semana.
"A pesquisa nunca foi o único critério, é um balizador objetivo. Mas temos que levar em consideração vários outros critérios. Capacidade no debate, experiência de gestão, força na Região Metropolitana, forças em outras regiões, capacidade de agregar apoio: tudo isso será levado em consideração", disse o líder.
Os possíveis parâmetros para essa decisão ganharam evidência no debate após o partido anunciar uma pesquisa de intenção de voto como ponto de destaque.
A meta era avaliar o desempenho junto ao eleitorado dos quatro pré-candidatos: a governadora Izolda Cela, o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, e o deputado federal Mauro Filho.
Desde o anúncio, o critério da pesquisa atraiu críticas. A disputa interna se concentra em Izolda e Roberto Cláudio e, com base em levantamentos internos de outros partidos, já havia expectativa de que Roberto Cláudio tivesse melhor desempenho entre o eleitorado pela trajetória política de ex-deputado estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-prefeito da Capital.
Em outra ponta, a governadora tem atraído apoio de partidos aliados e correligionários que defendem a reeleição da pedetista que assumiu a gestão estadual em abril.
De forma geral, a pesquisa do PDT mostrou Roberto Cláudio em melhor situação na pesquisa estimulada, quando são apresentados nomes ao eleitor; em outra ponta, Izolda teve melhor desempenho nos índices de rejeição e possibilidade de atrair novos apoios. Em resumo, a pesquisa não foi um balizador eficiente como o apostado por lideranças do partido ao divulgá-la.
18 de julho
A próxima etapa do PDT é uma reunião com os integrantes do diretório regional marcada para segunda-feira, 18 de julho. Se até a data não houver consenso em torno de um dos nomes, será a cúpula regional a responsável por votar e definir a candidatura.
Ainda não foi divulgado pelo partido como deve funcionar o trâmite.
Mesmo com critérios na mesa, a política nem sempre segue parâmetros estritamente racionais. Resta saber como a base governista vai equilibrar razão e emoção nessa escolha que pode definir o futuro político do grupo.
*Com informações da repórter Luana Barros.