Opinião
Intenções de votos consolidadas em Fortaleza
Os números oscilaram quase nada entre o primeiro, dia 23, e o segundo levantamento do Instituto
O resultado da pesquisa Ibope contratada pela TV Verdes Mares, divulgada neste sábado (28), aponta para uma tendência de consolidação da intenção de voto do fortalezense desde o primeiro momento após a confirmação dos candidatos que passaram ao segundo turno. Os números oscilaram quase nada entre o primeiro, dia 23, e o segundo levantamento do Instituto, que sugere vantagem ao candidato do PDT Sarto Nogueira.
Se os números dos dois levantamentos estiverem corretos, a maioria do eleitorado da Capital já havia definido o voto na semana passada e pouco importou para este fim as estratégias de campanha e os fatos que ocorreram neste período, bastante conturbado de trocas de ataques entre as duas campanhas, diga-se de passagem.
Por vezes, aliás, passando do limite tolerável, como já fizemos questão de destacar nesta coluna. Inclusive, no levantamento passado, 82% diziam que já haviam definido o voto. Nesta, 84%, o que confirma essa tese.
Votos petistas
A tendência apontada pelos números do Ibope é que o candidato pedetista conseguiu atrair o apoio da maioria dos eleitores que votaram em Luizianne Lins (PT) no primeiro turno, um duelo particular entre os dois candidatos. Este índice, que foi de 70% no primeiro levantamento, chegou a 76% nos números de ontem, considerando a pesquisa estimulada. Sarto atraiu o apoio formal de Camilo Santana e do PT. Capitão Wagner fez várias sinalizações no sentido de atrair este público, inclusive no último debate desta campanha, promovido pela TV Verdes Mares.
Voto religioso
A disputa pelo voto religioso, uma das mais destacadas deste pleito eleitoral até pelas questões nacionais que envolveram o pleito, segue acirrada e com um viés de divisão bem claro entre os candidatos. Sarto Nogueira (PDT) lidera entre os católicos. Ele tem 59% das intenções de votos contra 33% de Capitão Wagner.
Quando o público é o evangélico, a liderança se inverte. Wagner tem 44% contra 41% de Sarto. Eleitores que se consideram de outras religiões têm maior preferência por Sarto, com 60%. Wagner tem 26% neste segmento. O avanço das igrejas evangélicas tornará esse dado da pesquisa importante também nas próximas eleições.
Superficial
Passado todo o pleito eleitoral 2020, atípico por conta da pandemia, ficou provado que é possível fazer campanha eleitoral de um jeito diferente, mas que o contato com o eleitor ainda é fundamental para o andamento da democracia. Não basta apresentar propostas ou ataques no rádio e na TV. É preciso ouvir a voz das ruas. O ponto negativo da campanha, porém, é o fato de os projetos para o futuro terem sido abordados de maneira deveras superficial. Candidatos ficaram devendo um maior aprofundamento ao eleitor.
