Para atrair alianças, Capitão Wagner deve deixar definição de vice e Senado para o fim do prazo

Movimentações recentes de pré-candidatos a senador são apenas ensaio. A campanha está de olho até em um possível racha no grupo governista

Os recentes movimentos de lançamentos de pré-candidaturas ao Senado no grupo de oposição liderado pelo deputado federal e pré-candidato Capitão Wagner despistam sobre a estratégia pré-eleitoral dele na sucessão estadual. Wagner deve deixar para a última hora das convenções partidárias a definição dos nomes para ocupar a vice e a vaga de senador em sua chapa.

Recentemente, duas pré-candidaturas a senador ganharam espaço na imprensa e visibilidade nas redes sociais: Ézio Sousa, do próprio União Brasil, e Alberto Bardawil, do PL. O fato de ambos terem recebido “apoio” de Capitão Wagner nas redes sociais já é um sinal de que alguém vai sobrar na curva, tendo em vista que haverá apenas uma vaga em disputa para o Senado na chapa. Por enquanto, nada passa de ensaio.

A resolução sobre as duas vagas será fruto de entendimentos entre os partidos da coligação, que ainda nem estão definidos. Até para atrair novas alianças, a campanha deverá deixar, a exemplo do que normalmente ocorre com o grupo governista, a convenção e as definições majoritárias para o fim do prazo estipulado pela Justiça Eleitoral, que é 5 de agosto.

Mesmo com uma melhor estrutura partidária na comparação com as últimas disputas majoritárias, por meio do União Brasil, o maior partido do País com representação no Congresso Nacional, Capitão Wagner vai buscar atrair outros partidos com capilaridade, como o PL, do presidente Jair Bolsonaro.

O partido do presidente no Ceará se divide entre a possibilidade de apoiar Wagner ou apresentar uma candidatura própria ao Governo do Estado pensando em fortalecer as chapas que disputam vaga no Legislativo. O grupo mais ligado a Bolsonaro quer apoio ao nome do União Brasil, já os mais próximos do presidente Estadual Acilon Gonçalves entendem ser mais viável uma candidatura própria.

Ter duas vagas na chapa majoritária em aberto é um trunfo do líder da oposição para atrair o próprio PL à coligação. As negociações, evidentemente, devem se estender.

De olho nos adversários

Outra possibilidade que a oposição monitora, apurou esta coluna, é um possível racha na base governista que possa atrair à oposição algum partido que esteja no arco de aliança do governo Izolda Cela (PDT).

O momento tem sido conturbado entre aliados governistas por conta da indefinição em relação ao candidato a governador. A pendência tem gerado uma guerra de bastidores em torno dos nomes do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e da governadora Izolda, ambos do PDT.

A oposição acompanha atenta o embate e considera, dizem as fontes desta Coluna, que as trocas de sopapos entre os governistas reforça a narrativa de mudança política que Capitão Wagner tem defendido.