Análise: derrota não muda planejamento do Ceará para temporada, mas deixa lições importantes

Perder o título da Copa do Nordeste é péssimo para o Alvinegro, mas não altera a rota do que o clube prevê para 2021

Ao contrário do que muitos pensam, a derrota do Ceará na final da Copa do Nordeste para o Bahia não é nenhum resultado fora da normalidade. Do outro lado, um adversário de tradição, qualificado, de Série A, com capacidade de investimento e que vinha engasgado pelos últimos confrontos entre os dois times. A pressão por título, aliás, era maior do time baiano.

O Ceará carregava favoritismo pelo contexto. Vantagem do empate, atuando em casa, poucos desfalques, time descansado no meio de semana. Mas não é por isso que deixa de ser um time sólido, organizado, bem treinado e consistente.

E é importante destacar também que o triunfo baiano está longe de ser algo surpreendente. É preciso reconhecer os méritos do Bahêa. Muito menos pelo que foi o jogo.

A finalíssima, inclusive, foi espetacular. Pode não ter sido brilhante tecnicamente, mas teve ótimos momentos. Jogo tenso, nervoso, brigado, com chances dos dois lados e emoção até o último segundo. O Ceará jogou mal, o Bahia jogou bem. E pênalti não é loteria.

Planejamento

O que causa espanto é muita gente já achar que agora, pela derrota, há um grande impacto no planejamento do Alvinegro na temporada. Ou que a rota deve ser recalculada. Várias contratações? Dispensas? Mudança de metodologia de trabalho no dia a dia? Nada disso está em pauta.

O vice-campeonato não altera em nada o que foi estabelecido pelo Ceará para o restante do ano. Nem diminui o trabalho realizado até aqui, dentro e fora de campo.

Não deve ser a derrota nos pênaltis em uma final equilibrada que indicará mudanças bruscas no que tem sido feito em Porangabuçu e nem manchar o consistente trabalho de Guto Ferreira.

Lições

Mas é inegável que o resultado deixa, sim, lições. O aspecto psicológico é o que deve ser visto com mais atenção neste momento. O grupo do Ceará é coeso e forte, mas precisa reagir ao baque da perda de um título importante o mais rápido possível, já que ainda há disputas de Copa Sul-Americana, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro pela frente, além do Campeonato Cearense.

Outro aspecto é referente às cobranças de pênalti. Não é normal o aproveitamento do Ceará nas cobranças da marca da cal. Em várias situações. Seja em disputas como a contra o Bahia, seja durante o jogo, o desempenho é terrível e isso precisa ser revisto.

No mais, o torcedor fica com a frustração pelo fato que, justamente na finalíssima, o futebol apresentado foi abaixo de outros jogos que o Alvinegro já fez até aqui. É preciso maturidade para assimilar os erros e crescer com eles.