O Fortaleza foi derrotado pelo Athletico-PR na Arena da Baixada neste sábado (3). No duelo das vocações ofensivas, com duas equipes do G4 da Série A do Brasileiro, o apagão tricolor nos 10 primeiros minutos surtiu efeito imediato no placar de 2 a 1.
O diagnóstico: a equipe foi alvo da própria característica ao entrar em campo sem intensidade. O prejuízo de 2x0 foi grande demais, apesar das tentativas de reverter o placar - não faltou ambição para o técnico argentino Juan Pablo Vojvoda.
Em tese, um resultado que faz parte do comum, tendo em vista o agora aproveitamento de 79,2% do adversário, que ainda atua em gramado sintético. No entanto, é possível extrair lições positivas sobre o jogo, principalmente sobre o momento da reação.
Busca pelo equilíbrio
O Fortaleza de Vojvoda tem um padrão tático definido no esquema 3-5-2 e características padronizadas, como as infiltrações de Éderson na grande área. Dentre os pontos, ser mais competitivo no 2º tempo é um trunfo no Brasileirão.
Estatísticas de Athletico-PR x Fortaleza
Posse de bola: 41% x 59%
Finalizações: 16 x 15
Faltas: 18 x 14
Passes: 363 x 514
Duelos ganhos: 46 x 50
A mudança de postura após o intervalo foi nítida em diversas partidas, como na estreia contra o Atlético-MG, em vitória de virada, com gols na reta final. E frente ao Athletico-PR, atrás do placar, o panorama esteve mantido, com o domínio leonino quase absoluto no fim.
A equipe consegue surpreender. O Fortaleza cresce com o avançar dos minutos e parece chegar ao ápice técnico no fim. A missão atual é buscar o equilíbrio para evitar danos irreversíveis como no revés de hoje.
Após os dois gols sofridos até os 8 minutos do 1º tempo (Terans e Matheus Babi), o time equilibrou as ações ainda na etapa inicial e foi superior na volta do intervalo, com a insistência premiada em chute de Igor Torres. Em um comparativo de dominância, não sofreu tanto, mas foi muito castigado no momento de vulnerabilidade.
O aspecto é uma construção da comissão técnica, atravessa o elenco e requer maior efetividade diante de rivais mais qualificados. Assim, o domínio deve ser convertido no aproveitamento das chances capitais, um fundamento que precisa melhorar. Das 15 finalizações na Arena da Baixada, apenas quatro foram no gol, por exemplo.
Na sequência da Série A, a equipe tem jogos na Arena Castelão contra América-MG (7/7) e Corinthians (11/7). Em ambos os casos, partidas acessíveis que servem como maior teste para a maturação técnica do Fortaleza na 1ª divisão nacional.