A ascensão nacional do Fortaleza Esporte Clube nos últimos anos teve reflexos em diversas frentes no Pici e sacramentou uma mudança de mentalidade no mercado: o Leão se firmou como um “time comprador”. Em menos de um ano, investiu cerca de R$ 15 milhões na aquisição de jogadores.
O montante é fruto da organização financeira da atual gestão, liderada pelo presidente Marcelo Paz. Com orçamentos recordes a cada temporada, a diretoria executiva destina cotas para a compra de direitos econômicos de atletas, sempre respeitando o limite orçamentário previsto anualmente.
Assim, no recorte temporal, conseguiu acordos importantes para o ganho técnico imediato e a projeção futura de retorno do investimento aos cofres leoninos. Ao todo, 13 jogadores firmaram vínculos em definitivo. Apesar de agentes livres, os atletas estrangeiros apresentaram custos.
Investimento do Fortaleza em jogadores desde 2021:
- Marcelo Benevenuto (Botafogo): R$ 4,5 milhões.
- Moisés (Ponte Preta): R$ 3,05 milhões.
- Edinho (Atlético-MG): R$ 1,5 milhão.
- Ángelo Henríquez (Universidad de Chile-CHI) e Depietri (Santamarina-ARG): R$ 1,5 milhão.
- Landázuri (Independiente Del Valle-EQU) e Ceballos (Deportes Quindío-COL): R$ 1,5 milhão.
- Matheus Jussa (Oeste-SP): R$ 1 milhão.
- Ronald (Juventus-SC): R$ 1 milhão.
- Nathan (Athletic-MG): R$ 300 mil.
- Habraão (Coritiba): R$ 250 mil.
- Igor Torres (Taboão da Serra-SP): R$ 200 mil.
- Hércules (Atlético-CE): R$ 200 mil.
Nos casos do zagueiro colombiano Brayan Ceballos e do atacante argentino Depietri, por exemplo, o Fortaleza desembolsou pagamento em dólar por conta do training compensation, um mecanismo da Fifa para beneficiar as equipes que atuaram na formação daqueles jogadores.
Receita no orçamento
O movimento atual de força no mercado da bola é fundamental para instaurar uma cultura de mais negociações rentáveis a longo prazo. Quando se adquire direitos econômicos, um clube tem mais segurança na negociação para manter o ativo e escolher a proposta mais vantajosa ao time.
Deste modo, o Fortaleza registrou duas marcas com atacante David: maior compra da história do futebol cearense (R$ 5 milhões em 2020) e maior venda direta da história (R$ 11 milhões em 2022).
O cenário é presente também nos novos contratos firmados pelo departamento de futebol. O atacante argentino Silvio Romero chegou ao Pici nesta temporada com opção de compra fixada - valor em dólar. Em dezembro, a equipe exerceu cláusula similar para seguir com Benevenuto.
Para a temporada de 2022, a projeção orçamentária do Fortaleza estimava destinar R$ 6,8 milhões para custos com direitos econômicos. A agressividade nas contratações fez o time avançar nesse total, que será remanejado de outros setores para uma manutenção do equilíbrio financeiro.
Percentual de direitos econômicos do Fortaleza
- ATA - Moisés | 90% dos direitos em contrato até o fim de 2025.
- ATA - Edinho | 80% dos direitos em contrato até o fim de 2024.
- ATA - Igor Torres | 75% dos direitos em contrato até o fim de 2022.
- ATA - Ángelo Henríquez | 55% dos direitos em contrato até o fim de 2022.
- ATA - Valentin Depietri | 50% dos direitos em contrato até julho de 2024.
- VOL - Matheus Jussa | 50% dos direitos em contrato até o fim de 2024.
- VOL - Hércules | 50% dos direitos econômicos em contrato até o fim de 2024.
- VOL - Ronald | 60% dos direitos econômicos em contrato até o fim de 2024.
- LAD - Landázuri | 60% dos direitos em contrato até o fim de 2023.
- LAD - Nathan | contrato até o fim de 2024.
- ZAG - Brayan Ceballos | 60% dos direitos em contrato até o fim de 2024.
- ZAG - Benevenuto | 55% dos direitos em contrato até o fim de 2025.
- ZAG - Habraão | 50% dos direitos em contrato até o fim de 2024.