O que subiu em 2022? Saiba todos os reajustes que já ocorreram neste ano

Água, gasolina e cesta básica foram apenas algumas das despesas que tiveram aumentos neste ano

O custo de vida do cearense tem ficado mais caro em 2022. Diversas contas já tiveram reajustes neste ano e outros aumentos ainda serão divulgados. 

Via de regra, os reajustes tendem a seguir a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O índice já acumula alta de 11,31% nos últimos 12 meses contados até MARÇO, com aumento de 1,69% apenas no último mês. 

O maior aumento até o momento foi no diesel, que já acumula alta de 35% no ano. Aluguel, água e cesta básica são outras despesas básicas que foram reajustadas e pesam mais no bolso neste ano. 

Ainda serão divulgados aumentos na energia elétrica e nos planos de saúde.  

Energia elétrica 

Despesa que pesou no orçamento dos brasileiros durante todo o ano de 2021, a energia elétrica deve ter novas altas neste ano. A bandeira escassez hídrica, que aplica uma cobrança extra a cada 100 kWh consumidos, segue até o dia 15 de abril. A partir do dia 16, vai ser adotada a bandeira verde.  

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os índices de reajuste tarifário da Enel Ceará ainda estão sob análise na área técnica.  

O novo reajuste será definido pela diretoria da Aneel em reunião pública prevista para dia 19 de abril. Após a definição, a conta deverá ficar mais cara a partir do dia 22 de abril. 

Remédios 

O governo federal autorizou um aumento de até 10,89% no preço de medicamentos. Os novos preços passaram a valer a partir da última quinta-feira (31). 

O aumento deve atingir ao menos 13 mil tipos de remédios disponíveis no mercado varejista brasileiro, mas não deve chegar ao consumidor de forma automática e imediata. 

O cálculo para o reajuste dos fármacos considera a inflação medida pelo IPCA, (10,54%) incluindo a produtividade do setor (zero), o fato de ajuste de preços relativos entre setores (0,35%), fator de ajuste de preços relativos intrassetor Z (zero). 

Água e esgoto 

A conta de água dos cearenses está mais cara desde janeiro deste ano. A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) aplicou um reajuste de 6,69% nas contas.   

A tarifa média de água e esgoto passou de R$ 4,61 para R$ 4,92 por metro cúbico (m³). No ano passado, o reajuste havia sido de 12,25%. 

Combustíveis

Os combustíveis já tiveram duas altas neste ano. A gasolina comum já acumula alta de 24,5% em 2022 e o diesel teve aumento de 35% durante o ano. 

A última alta, anunciada em 10 de março, ocorreu após quase dois meses sem reajustes e pesou no bolso dos consumidores, que correram aos postos de gasolina. Na ocasião, a Petrobras subiu o preço da gasolina nas refinarias em 18,8% e do diesel em 24,9%. 

No Ceará, o preço médio da gasolina está hoje em R$ 7,471, de acordo com o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

Transporte público 

Após três anos sem reajuste, o valor da passagem de ônibus de Fortaleza aumentou em janeiro deste ano.  

Com alta de 8,3%, a tarifa vai passou de R$ 3,60 para R$ 3,90. No caso da meia estudantil, o valor subiu de R$ 1,60 para R$ 1,80. 

Plano de saúde 

Os planos de saúde individuais e familiares devem ter aumento neste ano, mas a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ainda não tem uma data para divulgação do índice. 

De acordo com a agência, o percentual máximo de reajuste a ser autorizado para os planos individuais ou familiares está sendo calculado e será divulgado após a conclusão dos cálculos e manifestação do Ministério da Economia. 

Os planos de saúde empresariais e coletivos não são regulados pela ANS e a taxa de reajuste depende de cada empresa e contrato. No ano passado, o reajuste médio para planos de até 29 vidas foi de 9,84% e de 5,55% em planos acima de 30 vidas. 

Cesta básica 

A conta do supermercado está mais cara para os consumidores desde o ano passado. Em março, a cesta básica determinada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) teve um custo de R$ 635,02

O óleo foi o campeão de alta no mês, ficando 14,27% mais caro no período, seguido pelo tomate (13,80%) e pela banana (6,83%). 

Aluguel 

Outra despesa que teve reajuste neste ano é aluguel. O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que costuma reajustar contratos de aluguel, acumulou em fevereiro alta de 14,77% em 12 meses.  

Em Fortaleza, o item já acumula alta de 2,58% em 2022, conforme dados de fevereiro do IPCA. 

De acordo com o vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis Ceará (Creci-CE), Rodrigo Costa, o percentual de reajuste considerado razoável e dentro da normalidade gira em torno de 8% a 10%. 

Mensalidade escolar 

As escolas costumam reajustar as mensalidades no início de cada ano. O percentual e a vigência dos novos valores, no entanto, ficam a cargo de cada instituição de ensino. 

De acordo com dados de fevereiro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a educação já acumula alta de 6,02% em 2022 em Fortaleza.  

O maior peso está na pré-escola, que subiu 9,67%, seguido do ensino médio, com alta de 7,81%. O ensino fundamental teve alta de 7,05% no ano. 

O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE) informou não realizar o levantamento do reajuste médio no estado.  

IPTU 

O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de Fortaleza não teve reajuste de alíquotas em 2022, apenas a correção pelo IPCA-e, um indicador do IBGE que basicamente é a prévia trimestral da inflação. 

Em Fortaleza, esse indicador sofreu variação positiva de 2,88% no último trimestre do ano, acumulando alta de 11,05% em todo o ano de 2021.  

Quem decidiu pagar o imposto em cota única obteve descontos de 8% a 4%, abatendo o reajuste. 

IPVA 

Também não houve aumento de alíquota no Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), mas a conta é uma das que mais pesou neste ano. 

Acompanhando a valorização do valor de venda dos veículos no ano passado, o tributo subiu, em média, 21,3% em 2022

Quem pagou o imposto em cota única em janeiro teve desconto de até 15%, abatendo parte da alta.