Mesmo que a retração econômica no Brasil também gere impactos negativos ao setor financeiro, do fim do ano passado até agora, a demanda dos bancos por modernização tecnológica saltou expressivamente. O diretor de Inovação e Digital da Stefanini, Breno Barros, informa que a Caixa Econômica, por exemplo, está com um projeto ambicioso para criar a Loteria Federal digital. O trabalho já começou a ser feito pela Stefanini e promete revolucionar o segmento.
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"Os clientes não vão mais precisar ir às casas lotéricas para fazerem as apostas. A ideia é que tudo seja realizado por meio de aplicativo que vai mostrar, inclusive, os resultados das loterias e probabilidades de apostas com base nos números que mais saem", afirma.
Futuro
Sobre o futuro dos bancos no Brasil e no mundo, o executivo acredita que as instituições serão transformadas em "grandes plataformas com licenças bancárias" para abrigar fintechs, startups que oferecem serviços financeiros e se diferenciam pelas facilidades proporcionadas pela tecnologia. O País é bem representado nesse segmento por empresas como Nubank, Controly e GuiaBolso.
"Criar um banco no Brasil, do zero, é muito difícil. Acredito que os bancos tradicionais vão passar a ficar na retaguarda, ganhando dinheiro por meio da oferta de produtos e serviços mais complexos às fintechs, que tendem a crescer. Entre eles, podemos destacar emissão de cartões, financiamentos e empréstimos", prevê.
Outra aposta de Breno Barros é a integração dos bancos brasileiros com empresas de outros segmentos, denominada Open Banking. Ele cita o exemplo do Bank of America, nos Estados Unidos, que mantém uma parceria com a American Airlines, Uber e Starbucks. "Os clientes da American Airlines que vão para os aeroportos e chamam o Uber pelo aplicativo, pagando com os cartões do Bank of America, tomam café de graça na Starbucks antes de pegar o voo", exemplifica o executivo.
Renegociação de dívidas
Outra tendência crescente nesse contexto de digitalização é a renegociação de dívidas online para que o consumidor saia do vermelho em seus empréstimos, financiamentos, cartão de crédito e cheque especial. Segundo o diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Gustavo Fosse, isso aproxima mais as instituições dos clientes endividados e facilitarem o pagamento de débitos atrasados pelos canais digitais.
"Quase um quarto do total de acordos firmados para quitar dívidas já é contratado de forma online em parte dos bancos. Entre as vantagens está a discrição no atendimento e a possibilidade simulações antes do acordo. Há, ainda, ferramentas usadas no combate ao superendividamento. Com plataformas virtuais, cursos online, web séries e vídeos, as instituições orientam clientes com medidas preventivas e sobre o uso consciente do crédito", explica. (RS)