Ícone no jornalismo esportivo, Léo Batista narrou desenhos da Marvel na década de 1960
Léo Batista se dedicou a ofícios como o canto, as artes plásticas, a comédia e a literatura

O mundo do jornalismo sofreu uma grande perda na tarde deste domingo (19), a morte de Léo Batista, um dos maiores nomes da história do jornalismo esportivo brasileiro, foi lamentada por amigos e fãs. Mas a carreira de Léo Batista foi além do jornalismo esportivo. Ele fez grandes coberturas no rádio e na TV, além de participar como narrador dos desenhos animados dos heróis da Marvel na década de 1960.
Além do amplo trabalho como comunicador, Léo Batista se dedicou a ofícios como o canto, as artes plásticas, a comédia e a literatura.
90 anos do Léo Batista, narrador dos desenhos animados dos heróis da marvel nos anos 60! 🎉 pic.twitter.com/1TAfNPnxzI
— Dublapédia Brasil (@dublapedia) July 22, 2022
Carreira no rádio e na TV
Enquanto trabalhava em Cordeirópolis, foi notado pelo ex-deputado Domingos Lot Neto, então dono da recém-inaugurada Rádio Clube de Birigui, veículo no qual passou a trabalhar. Mais tarde, trabalhou no Rádio Difusora de Piracicaba e narrou muitos jogos do XV. Mesmo atuando em um veículo do interior, cobriu a Copa do Mundo de 1950 no Rio, para onde se mudaria em 1953, contratado pela Rádio Globo.
No comando do programa o Globo no Ar, foi a primeira voz a noticiar o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954. Um ano depois, o espírito desbravador o levou a se aventurar na televisão, que ainda dava seus primeiros passos. Entrou para a TV Rio e apresentou o Telejornal Pirelli, concorrente do poderoso Repórter Esso, da TV Tupi.
Léo Batista continuou na mesma emissora até 1970, quando foi chamado para fazer parte da cobertura da Copa do Mundo pela Globo, a pedido de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, então chefe de direção de programação e produção da emissora.
No ano seguinte, a "Voz Marcante" já apresentava a primeira edição do Jornal Hoje. Também foi o primeiro apresentador do Esporte Espetacular, em 1973, e do Globo Esporte, 1978, programas dos quais foi criador. Esteve na primeira edição do Fantástico, apresentando os gols da rodada e interagindo com a famosa Zebrinha na hora de noticiar os resultados da loteria esportiva. Também chegou a apresentar edições do Jornal Nacional, ao lado de Cid Moreira.
Assim como no rádio, participou de coberturas marcantes depois que foi para a televisão, especialmente no esporte. Na soma das duas áreas, trabalhou em 13 Copas do Mundo e 13 Jogos Olímpicos. Foi ele quem entrou nos plantões sobre a morte de Ayrton Senna, em contato com o repórter Roberto Cabrini, que estava na Itália, e para noticiar o acidente que tirou a vida de Princesa Diana.
"Na verdade, eu tive foi sorte de estar na hora certa e no lugar certo em todos esses momentos", disse Léo Batista ao Estadão. "Não sei se a palavra correta é emocionado, mas com certeza tem um misto de emoção com orgulho de ter feito parte disso tudo. Esse orgulho, na verdade, é por poder estar inserido na história, por ter sido a voz de fatos importantes e que marcaram a vida de muita gente. Agora, ao mesmo tempo, também noticiei alguns fatos tristes, como as mortes do Getúlio Vargas, do Ayrton Senna e da Princesa Diana, por exemplo."
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