Mergulho, peixes e óculos especiais: entenda ideia de aquário submerso no novo campus Iracema da UFC

Proposta é unir turismo cultural e científico no mesmo local

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Legenda: Segundo reitor, mar em frente ao espaço é tranquilo e viável para as operações de mergulho
Foto: Thiago Gadelha

De centro de pesquisa a ponto de visitação turística, são vários os planos para o novo campus Iracema da Universidade Federal do Ceará (UFC), que vai funcionar na antiga estrutura onde seria o Acquario Ceará, em Fortaleza. Entre as ideias para o prédio, está um espaço de mergulhos onde visitantes terão a possibilidade de entrar na água e visualizar o ambiente subaquático da Praia de Iracema.

Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, o reitor da UFC, Custódio Almeida, detalhou o que está no radar dos idealizadores da iniciativa.

“É uma montagem que se faz com equipamentos que conseguem sobreviver ao sal. A gente monta no fundo do mar, naquela área na frente do Acquario, para que as experiências sejam de mergulho: você visita simulações, por exemplo, de montanhas de corais, algas e esculturas”, explica.

Conforme o reitor, projetos semelhantes existem em outros países. Pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) já avaliaram que o mar naquela área é “tranquilo” e deve propiciar o mergulho de pessoas leigas. 

“Obviamente, a gente faria isso com monitoração, porque pode ser até que criança possa fazer isso, até um determinado ponto. Nós temos duas balizas ali, que são os espigões, que protegem e permitem que esse ‘museu’ seja montado”, afirma. 

Durante o passeio submerso, os visitantes deverão utilizar óculos de mergulho específicos que melhoram “a parte turva da água”, favorecendo a visibilidade de peixes nativos da região. “Você vincula o turismo cultural ao turismo científico numa área superpotente na cidade de Fortaleza”, destaca Custódio.

O novo prédio deve sediar ainda o Centro Tecnológico de Ciências Naturais (CTCN), onde podem haver exposições de fósseis de acervos da UFC, apresentações de descobertas arqueológicas e atividades de astronomia, além de salas de realidade estendida e ambientes gamificados - inclusive com o uso de Inteligência Artificial.

O projeto inclui:

  • Sala principal: sala imersiva e gamificada, com grandes projeções no teto, paredes e pisos, sendo a experiência do usuário guiada por conteúdo dinâmico, gerado por softwares e controlado por inteligência artificial;
  • Túnel virtual: corredor de circulação entre salas e paredes mapeadas, com simulações de travessias submarinas;
  • Sala de experiência: espaço para experiências em realidade aumentada (RV, AR, RM), com simulação de safari virtual por períodos arqueológicos, mares e biomas;
  • Aprendizado por experiência: espaços para exibição e manipulação de réplicas físicas de animais e fósseis, uso da aprendizagem por experiência e exposição de fotografias táteis.

De onde virão os recursos?

Durante a cerimônia de assinatura dos protocolos de intenções para a destinação da estrutura do Acquario às futuras instalações do Campus Iracema, o reitor explicou que solicitará os recursos para a construção das novas estruturas ao Ministério da Educação (MEC), ao qual a UFC é vinculado.

No entanto, não foram mencionados valores específicos, uma vez que os projetos técnicos e arquitetônicos ainda serão elaborados. 

Também presente no evento, o ministro da Educação, Camilo Santana, destacou que “os recursos serão buscados” - apesar da redução no orçamento para as universidades federais, em 2024, aprovado pelo Congresso Nacional.

“Qualquer corte que houve, nós vamos recompor. Fora isso, vamos anunciar todos os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que ainda não foram anunciados para as universidades. Esse projeto aqui vai entrar dentro do PAC, é um projeto estratégico”, garantiu o ministro. A previsão para essa divulgação é janeiro de 2024.

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O reitor Custódio Almeida explica que “os recursos de expansão (do campus Iracema) são de um projeto diferenciado, não estamos contando com a lei aprovada para custeio da universidade hoje”. Em janeiro, adianta, serão contratadas as empresas de elaboração dos projetos. 

Segundo o reitor, havia o orçamento de um novo prédio para o Labomar, que custaria em torno de R$50 milhões e seria construído no campus do Pici. Porém, como a estrutura já construída do Acquario será aproveitada, o valor poderá ser alterado.

O que será feito no antigo Labomar?

Com a futura mudança da estrutura do Labomar para o campus Iracema, permanece a dúvida sobre o que será feito com o prédio atual, na Avenida Abolição, no bairro Meireles. Custódio Almeida confirmou que ainda não há definição.

“Depois que o atual estiver instalado, vamos cuidar dos destinos do antigo com a comunidade universitária. É uma decisão que vai ser levada ao Conselho Universitário”, disse.

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