Variante Ômicron do coronavírus já pode estar no Brasil, diz diretor da Anvisa

Antonio Barra Torres afirmou que possibilidade de existir caso ainda não identificado no País

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou, nesta sexta-feira (26), que a Ômicron, a nova variante do coronavírus, já pode estar no Brasil. Até o momento, contudo, não houve detecção efetiva de infectados no País.

“Realmente a possibilidade existe, não temos como dizer que é zero chance de já estar no Brasil, que não é possível. A possibilidade de termos algum caso que não tenha sido identificado existe, é uma possibilidade, mas até o momento não existe", comentou Barra Torres à CNN.

Ainda nesta sexta, a agência publicou nota técnica com recomendação de medidas mais rígidas para viajantes que viessem da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

“Nossas equipes de portos, aeroportos e fronteiras estavam acompanhando a evolução das notícias. Na manhã de hoje oficializamos à Casa Civil com nota técnica orientando sobre restrição de voos desses países e passageiros que fizeram escalas. Esperamos que sejam acatadas ainda hoje pela Casa Civil os ministérios que assinam as medidas das fronteiras", pontuou o diretor da Anvisa ao canal de televisão.

Variante 'de preocupação'

A Organização Mundial da Saúde (OMS) denominou a nova cepa como Ômicron e a classificou como "variante de preocupação" na tarde desta sexta. Antes do anúncio, cientistas estavam tratando-na como "Nu", também letra do alfabeto grego.

Além dela, estão incluídas no grupo as linhagens:

  • Alfa (B.1.1.7), do Reino Unido;
  • Beta (B.1.351), da África do Sul;
  • Delta (B.1.617.2), da Índia;
  • Gama (P.1), do Brasil.

Ao definir a classificação, a OMS ressaltou o grande número de mutações da nova cepa do coronavírus. O anúncio encontrou eco nas observações do virologista Túlio de Oliveira em entrevista coletiva on-line supervisionada pelo ministério da Saúde — segundo ele, o vírus tem "potencial para se espalhar muito rapidamente".

Casos registrados

A nova variante foi identificada nessa quinta-feira (25) na África do Sul, sendo responsável, conforme o ministro da Saúde sul-africano, Joe Phaahla, pelo aumento "exponencial" de registros da doença no país.

Fora do continente africano, foram registrados casos em Israel — em um viajante que retornava do Malawi — e em Hong Kong, na Ásia.

Na Europa, a Bélgica foi o primeiro país a ter um caso da enfermidade pela nova cepa. Segundo o virologista Marc Van Ranst, o diagnóstico veio a partir de um viajante que retornava do Egito. A ocorrência, todavia, ainda não foi confirmada pelas autoridades locais.

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