Pelo menos cinco interdições são registradas em rodovias federais na noite desta sexta-feira (4), conforme balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O número diminuiu ao longo do dia: às 8h, havia registro de 16 ocorrências.
Não há registro de nenhum bloqueio total em rodovias do país. Das ocorrências em andamento, duas interdições parciais ocorrem no Mato Grosso e outras três, no Pará, segundo a PRF.
Grupos bolsonaristas fazem bloqueios ilegais de rodovias desde segunda-feira (31), em protesto ao resultado das eleições presidenciais. A PRF aponta que, desde segunda, 975 manifestações já foram desfeitas.
Na manhã de quinta-feira (3), pelo menos 73 pontos de interdição e bloqueios foram registrados em BRs. Número menor que o de quarta-feira (2), quando havia registro de 167 ocorrências por volta de 6h.
Os bloqueios causaram engarrafamentos e transtornos em diversas partes do país. Em São Paulo, a rodovia que dá acesso ao aeroporto de Guarulhos foi obstruída por manifestantes e voos tiveram que ser cancelados.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou, na quarta-feira, um vídeo nas redes sociais em que faz um apelo para a desobstrução das rodovias.
"Eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder nós, aqui, a nossa legitimidade", disse Bolsonaro.
Obstrução de rodovias
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, na segunda-feira (31), que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias militares dos estados tomassem todas as medidas necessárias e suficientes para efetuar a imediata desobstrução.
A PRF começou a autuar os manifestantes e, conforme o boletim da quinta-feira (3), lavrou pelo menos 3,5 mil multas.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, deu 48 horas para o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, entregar um relatório detalhado de todas as multas aplicadas durante a desmobilização dos bloqueios, em decisão desta quarta-feira.
O inquérito também deve investigar se as abordagens feitas no segundo turno, dentro do horário de votação, afetaram o "livre exercício do direito de voto".