O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta segunda-feira (13), junto à Auditoria da Justiça Militar, um capitão, um sargento e três cabos da Polícia Militar do estado por modificarem a cena no local onde Kathlen de Oliveira Romeu foi morta.
A jovem, de 24 anos, era designer de modas e estava grávida de três meses. Ela tinha mudado da comunidade há um mês por causa da violência. O assassinato aconteceu no dia 8 de junho, no Complexo do Lins, zona norte do Rio de Janeiro.
Os cinco militares eram lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Lins de Vasconcelos.
Também nesta segunda, a Polícia Civil fluminense concluiu investigação sobre o caso, indicando que o tiro de fuzil que matou Kathlen partiu da arma de um PM ainda não identificado. Nos depoimentos, dois policiais afirmaram ter disparado tiros no momento do crime.
Em publicação no Instagram, o viúvo de Kathlen, Marcelo Ramos, compartilhou a informação e escreveu: "A luta segue, só descansaremos quando os responsáveis foram presos".
Denúncia do MP
De acordo com a denúncia, os militares retiraram, antes da chegada da perícia, o material que lá se encontrava, acrescentando 12 cartuchos de pistola calibre 9mm deflagrados e um carregador de fuzil 556, com 10 munições intactas, que foram apresentados mais tarde na 26ª Delegacia de Polícia, no bairro de Todos os Santos.
Ainda de acordo com o documento, o capitão, “estando no local dos fatos e podendo agir como superior hierárquico para garantir sua correta preservação, omitiu-se quando tinha por lei o dever de vigilância sobre as ações de seus comandados”.
Um trecho da denúncia diz que “ato contínuo, enquanto deveriam preservar o local de homicídio, aguardando a chegada da equipe de peritos da Polícia Civil, os denunciados o alteraram fraudulentamente, realizando as condutas acima descritas, com a intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos”.
Os quatro policiais militares subalternos foram denunciados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho. Já o capitão foi denunciado por fraude processual na forma omissiva.
Em nota, a Polícia Militar informou que o inquérito policial militar (IPM) relativo ao caso foi remetido para o Ministério Público da Auditoria Militar.