Diário do Nordeste

Mãe de Djidja Cardoso pretendia alterar CNPJ de salão para facilitar compra de cetamina, diz polícia

Evidências foram encontradas no celular da empresária Cleusimar Cardoso

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
Cleusimar Cardoso

Antes de ser presa, a mãe de Djidja Cardoso, a empresária Cleusimar Cardoso, fez a alteração do CNPJ de uma das unidades do salão de beleza "Belle Femme". O objetivo era abrir uma clínica veterinária para comprar cetamina com facilidade. A informação foi dada pelo delegado Cícero Túlio, responsável pelas investigações sobre o caso, ao g1.

Cleusimar criou um grupo religioso, que promovia o uso indiscriminado de cetamina, droga sintética de uso humano e veterinário. A seita prometia trazer "iluminação ao mundo" e "capacitar a humanidade" para construir uma "nova consciência" nos próximos dois mil anos.

O irmão de Djidja Cardoso, Ademar Cardoso, também fazia parte do movimento.

Na segunda-feira (10), Cícero disse que foram encontradas mensagens no celular de Cleusimar indicando o interesse dela em abrir a clínica. "A gente conseguiu identificar de que ela pretendia abrir uma clínica veterinária, sobretudo, para facilitar o acesso e compra a esse tipo de medicação, que é uma medicação controlada", afirmou.

Entenda o caso

Djidja foi encontrada morta em casa, em Manaus, no dia 28 de maio. A suspeita é de que ela tenha sofrido uma overdose de cetamina durante um dos rituais propostos pelos parentes. A mãe e o irmão foram presos dois dias depois pelo crime.

Na casa da família Cardoso, a Polícia revelou que encontrou seringas, doses de cetamina, frascos vazios, medicamentos, documentos e computadores. Além disso, os investigadores disseram que o lugar tinha "cheiro de carne em estágio de putrefação".

A defesa da mãe e do irmão alega que mãe e filho são "extremamente dependentes químicos". Conforme a Polícia, os rituais da seita da família Cardoso prometiam "transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação" com o uso de cetamina. Participavam desses rituais funcionários dos salões de beleza de Djidja, Cleusimar e Ademar, além de amigos da família. 

Três colaboradoras dos salões, inclusive, foram presas por suspeita de aliciamento de integrantes para o grupo.