Diretor da Record é indiciado por assédio e perseguição de jornalista na emissora

O diretor estaria perseguindo o jornalista Elian Matte na rotina da emissora e tirando fotos pelo circuito interno de câmeras

Uma denúncia de assédio sexual levou ao indiciamento de um diretor da Record, Márcio Santos, pela Polícia Civil de São Paulo. As investidas teriam começado em 2022, mas o caso veio à tona em novembro de 2023, quando ele foi afastado de suas funções na emissora e da Igreja Universal do Reino de Deus, após o jornalista Elian Matte levar a queixa à instância policial.

No fim de fevereiro, a investigação chegou ao Ministério Público paulista, que tem 30 dias para distribuir as evidências e depoimentos. Até o momento, contudo, nenhum promotor foi designado para avaliar se o caso deve ser aceito como denúncia. 

O diretor estaria perseguindo a vítima na rotina da emissora e tirando fotos dos seus quadris pelo circuito interno de câmeras, segundo o relato de Matte, que é roteirista do Câmera Record, apresentado por Roberto Cabrini. O jornalista passou a trabalhar em home office após o início das investigações.

De acordo com o portal Notícias da TV, que teve acesso ao processo, o assédio ocorre desde 2022. Naquele ano, Márcio teria começado a convocar particularmente Matte para a sua sala de reuniões, mas as investidas não pararam por aí e escalaram para ameaças em 2023.

Importunação

Segundo o jornalista, ele era constantemente importunado pelo diretor com mensagens e fotos -- de Matte ou suas, algumas delas com teor sexual -- e comentários sobre o seu corpo. As imagens da vítima que o chefe enviava mostravam partes de corpo, como os quadris. A Polícia Civil de São Paulo foi acionada em 14 de novembro.

Márcio perguntava a Matte o tamanho do seu órgão genital e até chegou a ameaçá-lo. "Em uma das mensagens, pediu para que eu não chegasse perto do carro dele no estacionamento, pois me sequestraria", relatou o jornalista à polícia.