Anestesista preso por estupro de paciente é hostilizado por outros detentos ao chegar em Bangu 8

Os presos começaram a sacudir as grades, vaiar e xingar o anestesista, como forma de protesto

O médico anestesista preso por estupro durante a cesariana de uma paciente foi hostilizado por outros detentos ao chegar ao presídio Bangu 8 no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, na noite desta terça-feira (12). Giovanni Quintella Bezerra foi transferido ao local após audiência de custódia para cumprir sua prisão preventiva. 

Detentos do presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, começaram a sacudir as grades, vaiar e xingar o anestesista, como forma de protesto. As informações foram apuradas pela TV Globo. 

Giovanni Quintella foi enviado para o local por ser a cadeia que recebe presos com curso superior, mas ainda assim ficará em uma cela sozinho.

Crime filmado

A prisão do anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi registrada em vídeo nesta madrugada. A captura foi feita pela delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de São João do Meriti.

O médico foi flagrado por colegas de trabalho praticando o estupro, que durou cerca de dez minutos. Giovanni tira o pênis da calça e coloca na boca da paciente sedada. 

Prisão em flagrante

No momento em que é informado da prisão em flagrante, o médico parece se surpreender: "Crime de estupro?", questiona o anestesista. A delegada explica os direitos dele e depois faz a condução à delegacia. 

Giovanni foi indiciado por estupro de vulnerável, que tem pena entre 8 e 15 anos de prisão. Além desse flagrante, a polícia investiga que pelo menos outras 5 pacientes também tenham sido vítimas.

Vítimas sedadas

A Polícia Civil ainda investiga se o mesmo crime foi praticado contras outras mulheres. Todas as pacientes do anestesista que prestaram depoimento na Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, nesta terça-feira (12), disseram que receberam remédio para dormir, logo depois de o bebê nascer. 

O vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Sgorj), Renato Sá, disse ser incomum uma gestante ser sedada durante uma cesariana, conforme informações do Extra.

Ele explica que qualquer anestesista que precise sedar a mãe no decorrer ou após o parto deve justificar o ato com alguma intercorrência, em relatório feito após a cirurgia.

"O natural é a mãe receber uma anestesia na coluna, que a paralisa da cintura para baixo, para que possa participar do parto. O caminho é a humanização, tanto no caso do parto normal quanto na cesariana. A sedação é uma opção quando algo saiu do protocolo ou diante de uma grande emergência. É o caso, por exemplo, de falha do bloqueio da anestesia na coluna. Ou se a mulher tiver uma grande crise de ansiedade depois do parto. Mesmo assim, essa sedação deve ser mínima", destaca.