Adolescente que atacou escola em SP tem sigilo telefônico quebrado

Jovem de 13 anos está detido provisoriamente na Fundação Casa

O adolescente de 13 anos que matou uma professora e atacou outras quatro pessoas em uma escola da zona oeste de São Paulo, teve a quebra de sigilo telefônico e telemáticos nesta quinta-feira (30). Conforme o delegado Marcus Vinícius Reis, o pedido foi acatado pela Justiça. As informações são do UOL. 

O que se sabe

O que aconteceu na escola?

Um aluno esfaqueou quatro professoras e um aluno na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, nesta segunda-feira (27)

Quem são as vítimas?

Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, professora de biologia, foi esfaqueada e não resistiu aos ferimentos. Ela teve uma parada cardíaca após ser atacada. Os outros feridos foram levados a hospitais da região e não há informações sobre as identificações.

Quem é o agressor?

O agressor é um adolescente de 13 anos, aluno do 8º ano do ensino fundamental na instituição. Ele foi contido por uma professora e pela ronda escolar e depois encaminhado ao 34° DP, onde o caso foi registrado.

Quais as motivações?

A Polícia Civil apura as motivações do crime. Por enquanto, o que se sabe é que na semana passada a professora morta apartou uma confusão entre o adolescente e um colega. Alunos contam que o agressor chamou um garoto de "macaco". Informações iniciais, segundo a Secretaria da Segurança, o aluno planejou um taque com arma de fogo.

A Polícia investiga se o jovem teve apoio de outras pessoas ou ainda a participação indireta de outros dois meninos. Conforme apurações, o ataque teria sido incentivado por um suspeito nas redes sociais — o incentivador seria amigo do autor do ataque. 

Já o segundo suspeito foi flagrado, em vídeo da escola, conversando próximo ao banheiro com o adolescente de 13 anos pouco tempo antes do ataque. Após a conversa, o jovem autor aparece em imagens com a máscara utilizada no crime. Ambos suspeitos negam participação no crime. 

​"Até então esse aluno não figurava no nosso radar. Ele é suspeito de efetivamente ter participado ou auxiliado. Nós temos uma faca e um pedaço de tesoura, então estamos avaliando se algum desses instrumentos utilizados no crime foi efetivamente fornecido por esse jovem. Isso ainda não está fechado. Temos um tempo para trabalhar essas hipóteses investigativas de coautoria, seja na instigação, seja no induzimento ou seja no auxílio material", afirmou o delegado.

A polícia ainda irá ouvir a diretora de uma escola que o agressor havia estudado e a professora Ana Célia da Rosa, uma das vítimas do ataque. 

DETIDO NA FUNDAÇÃO CASA

O adolescente autor do ataque está detido provisoriamente em uma unidade da Fundação Casa. Conforme determinação da Justiça, ele deverá permanecer no local por até 45 dias. A permanência em detenção será reavaliada em audiência marcada para 4 de abril.

Ainda de acordo com o delegado Marcus Vinicius Reis, o aluno demonstrou "frieza" e “sem muita emoção” ao dar detalhes sobre o atentado. Ele também disse que pretendia comprar uma arma de fogo e que treinava os golpes com a faca em um travesseiro.

DENÚNCIA ANTERIOR

O aluno já tinha reclamações da antiga escola registradas há um mês. Conforme o boletim de ocorrência (BO) a qual o portal Metrópoles teve acesso, a Escola Estadual José Roberto Pacheco alertou as autoridades sobre o comportamento suspeito do adolescente.

Segundo o BO registrado no 1º Distrito Policial de Taboão da Serra, a escola afirmava que o jovem apresentava comportamento suspeito nas redes sociais e publicava vídeos portando arma de fogo, simulando ataques violentos. De acordo com a escola, o adolescente teria enviado mensagens com fotos de armas a colegas. Com o ocorrido, os pais do aluno foram convocados a escola, na época.