O maior navio russo, que simboliza a frota do país no Mar Negro, Moskva, foi atacado durante ofensiva contra a Ucrânia e afundou. A informação foi anunciada pelo ministério russo da Defesa nesta quinta-feira (14). Anteriormente, a pasta havia afirmado que o incêndio tinha sido controlado, e o navio "mantinha sua flutuabilidade".
A Rússia também estava investigando as causas do incidente e em processo de reboque para o navio lança-mísseis de 186 metros de comprimento, que estava "gravemente danificado".
A tripulação de mais de 500 pessoas foi evacuada para outras embarcações do país no Mar Negro após ataque causado por uma explosão de munições. No entanto, "em condições de mar agitado, o navio afundou", declarou o Ministério.
"Durante o reboque do navio Moskva até o porto de destino, o navio perdeu estabilidade por causa dos danos no casco (provocados) pelo incêndio após a explosão de munições".
Ucrânia declara autoria de ataque
As autoridades da Ucrânia, por sua vez, assumiram responsabilidade pelo ataque à embarcação. Segundo o governador de Odessa, Maxim Marchenko, o Moskva foi atingido por "mísseis Neptune", o que provocou "importantes danos neste navio russo".
O navio, que começou suas operações ainda na era soviética, em 1983, ganhou notoriedade no início da guerra na Ucrânia.
A embarcação esteve envolvida no ataque contra a ilha das cobras, quando 19 marinheiros ucranianos foram capturados e trocados por prisioneiros russos.
Morte de sete pessoas
O Comitê de Investigação da Rússia afirmou que dois helicópteros ucranianos "equipados com armamento pesado" teriam entrado na Rússia e realizado "ao menos seis disparos contra edifícios residenciais da cidade de Klimovo", na região de Bryansk, que fica próximo à fronteira ucraniana.
Sete pessoas, entre elas um bebê, sofreram ferimentos "de diversa consideração", segundo a fonte. Essas acusações, no entanto, não puderam ser verificadas de forma independente.
Kiev, por sua vez, negou as informações e acusou a Rússia de realizar "ataques terroristas" na região fronteiriça para alimentar a "histeria antiucraniana".
Origens soviéticas
O Moskva entrou em serviço em 1983 durante a era soviética com o nome Slava (Glória). Esta embarcação lança-mísseis Atlant foi concebida para ser um destruidor de porta-aviões e pode abrigar até 680 tripulantes, segundo o Ministério da Defesa da Rússia.
Em 1995, foi rebatizado para Moskva (Moscou) e possui 16 mísseis antinavio Bazalt/Voulkan, de mísseis Fort. Esse tipo de armamento é a versão marinha dos mísseis S-300 de longo alcance. Além disso, conta com lança-foguetes, canhões e torpedos.
Conforme a agência de notícias russa Ria Novosti, a embarcação foi reformada duas vezes e modernizado. A última vez aconteceu entre 2018 e 2020.
O navio chegou a participar de três guerras. O primeiro conflito em que participou foi o da Geórgia em agosto de 2008. A Rússia não informou quais foram suas missões