Filho de milionário que morreu em implosão de submarino não queria viajar, diz parente

Filho aceitou viajar para agradar o pai, Shahzada Dawood, que era apaixonado pela história do Titanic

O jovem paquistanês Suleman Dawood, 19 anos, foi uma das cinco vítimas de implosão do submarino Titan, conforme anunciado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos nesta quinta-feira (22). A tia dele, Azmeh Dawood, relatou que ele estava com medo da viagem, mas aceitou ir por conta do pai, já que queria agradar Shahzada. Pai e filho entraram na embarcação e faleceram. As informações são do GLOBO.

"Sinto como se tivesse sido pega em um filme muito ruim, com uma contagem regressiva, mas você não sabe para o que está se contando. Pessoalmente, acho meio difícil respirar pensando neles. É uma situação surreal", disse Azmeh, em entrevista à NBC.

O empresário paquistanês Shahzada Dawood era apaixonado pela história do Titanic e convenceu o filho a fazer a viagem com ele para comemorar o Dia dos Pais, celebrado no Reino Unido no mês de junho.

Azmeh era irmã mais velha de Shahzada. Os dois são descendentes de uma das famílias mais ricas do Paquistão, com investimentos na área da agricultura e da saúde.

Desaparecimento de submarino

No último domingo (18), o submarino Titan, que fazia uma viagem aos destroços do Titanic, desapareceu. Na ocasião, o navio de pesquisa canadense Polar Prince perdeu contato com o submersível e estava atrasado na verificação das comunicações. Nesta quinta-feira (22), a Guarda Costeira dos EUA confirmou a morte de todos os passageiros.

Ao todo, o veículo transportava cinco pessoas até os destroços do Titanic: o bilionário e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos; o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, de 48 e 19 anos; o oceanógrafo francês Paul-Henry Nargeolet, de 73 anos; e o fundador da OceanGate Inc, Stockton Rush, de 61 anos.

Ex-funcionário relatou problemas

Em 2018, a partir de documentos obtidos, o ex-funcionário da OceanGate, David Lochridge, informou que o submersível apresentava problemas de "controle de qualidade e segurança". 

Conforme Lochridge, os passageiros poderiam correr perigo caso o veículo atingisse por temperaturas mais profundas devido à pressão. A janela, ainda conforme o ex-funcionário, só aguentaria pressões de até 1,3 mil metros abaixo da superfície.