O ginseng é uma planta medicinal da família Araliceae que tem diversos subtipos, sendo o coreano/asiático (Panax ginseng) o principal.
Ele tem ação estimulante e revitalizante, e apresenta uma série de benefícios à saúde do coração e do cérebro, ajudando na diminuição do estresse e da fadiga, por exemplo.
De acordo com a nutricionista Tatyane Costa*, a planta medicinal significa "raiz humana" e é uma das ervas orientais mais conhecidas, sendo amplamente utilizada como fitoterápico para vários distúrbios.
Além da asiática, diz, existem muitas espécies, como o ginseng siberiano (Eleutherococcus senticosus) e o ginseng americano (Panax quinquefolius). "Apesar de serem da mesma família, produzem efeitos diferentes".
Ginseng coreano/asiático
Segundo a especialista, o conhecido como ginseng coreano/asiático é uma espécie nativa da China, Coreia e Rússia que aumenta a resistência ao estresse físico, químico e biológico, além da vitalidade geral, incluindo a física e capacidade mental.
O nome Panax, pontua, deriva das palavras gregas pan (tudo) e akos (cura), "cura total", enquanto ginseng significa "raiz humana" devido à forma dela, criando a crença de que pode beneficiar todos os aspectos do corpo humano.
"Todas as partes da planta contêm constituintes farmacologicamente ativos. No entanto, a raiz é a parte medicinal mais importante", afirma a nutricionista.
Ginseng indiano
O ginseng indiano, também conhecido como Ashwagandha ou cereja do inverno, é outra planta medicinal de nome científico Withania somnifera que pertence à família Solanaceae.
Tatyane Costa destaca que os principais compostos da Ashwagandha são os alcaloides, esteroides e os compostos conhecidos como witanolidos, responsáveis pelas várias propriedades medicinais, incluindo a ativação do sistema imunológico, sistemas musculares e neurológico.
"Os compostos ativos do Panax ginseng e da Withania somnifera são semelhantes em estrutura e função, os dois apresentam propriedades relacionadas ao aumento da longevidade e estimulação sexual", explica.
Principais nutrientes
O ginseng tem vitaminas B1, B2 e B3 que ajudam o organismo a utilizar as substâncias com eficiência. Elas agem no metabolismo da glicose, dos ácidos graxos e aminoácidos.
Além delas, a planta medicinal também conta com a vitamina B12, que colabora na manutenção das funções do sistema nervoso e para a formação das células vermelhas do sangue.
Tanto a raiz quanto o caule dele têm ferro, nutriente considerado essencial para a saúde que melhora o desempenho muscular, a função cerebral, previne anemia, doenças crônicas, alivia sintomas da TPM e fortalece o cabelo, por exemplo.
No entanto, informa a especialista, os ginsenosídeos – grupo de saponinas que tem efeito anti-inflamatório – são os principais componentes funcionais do ginseng.
"Outros compostos farmacológicos também são encontrados como polissacarídeos, polienos, flavonoides, vitaminas do complexo B e óleos essenciais sesquiterpênicos".
Benefícios
- Melhora a circulação sanguínea (ginseng coreano: Panax ginseng);
- Reduz o estresse (ginseng americano: Panax quinquefolius);
- Diminui o cansaço e a fadiga;
- Potencializa a capacidade de memorização e de aprendizagem;
- Estimulante de libido, pois melhora a circulação sanguínea e reduz a impotência sexual;
- Coopera para a regular a pressão arterial;
- Pode atuar como um agente complementar ou coadjuvante à quimioterapia, potencializando a resposta imunológica, atenuando efeitos adversos e estimulando o apetite do paciente.
Como consumir
Conforme a nutricionista, o Panax ginseng está disponível em uma ampla variedade de formas e preparações.
A raiz pode ser encontrada em pó, cápsula, extrato, decocto (para chás) e tintura (extração em forma líquida).
O pó pode ser colocado em sucos, chás, sopas e outras receitas caseiras, e a raiz também pode ser mastigada.
A planta medicinal, acrescenta Tatyane Costa, está cada vez mais diversificada, podendo ser encontrada em cremes dentais, drinks sofisticados, doces, gomas de mascar, entre outros.
Consumo contínuo
Ela alerta que o ginseng não deve ser consumido continuamente, pois o uso prolongado dele, bem como o uso excessivo, pode causar uma série de efeitos adversos, como:
- Dores de cabeça;
- Sonolência;
- Tensão muscular;
- Retenção de líquidos;
- Alterações na pressão arterial e na coagulação;
- Distúrbios gastrointestinais;
- Diarreia;
- Insônia;
- Ansiedade;
- Nervosismo;
- Euforia;
- Erupção cutânea; e
- Edema.
Quantidade recomendada
- Na forma de extrato seco padronizado a 4% de ginsenosídeos: 200 mg por dia;
- Raiz seca (em forma de chá): 1 a 2 g de duas a três vezes ao dia.
"Porém, vale ressaltar que a indicação de consumo também varia de acordo com as necessidades individuais. O ideal é procurar a orientação de um médico ou nutricionista antes de começar o uso", ressalta a especialista.
Contraindicações
Também de acordo com a nutricionista, as contraindicações ao uso de Panax ginseng incluem hipertensão, asma, infecções agudas e hemorragias.
Ele também causa atividade hipoglicêmica. Assim, é preciso ter cuidado ao usar o ginseng em pacientes com diabetes, devido a possíveis interações com agentes hipoglicemiantes orais e insulina.
"Outras medicações que também podem causar interações com o Panax ginseng é a varfarina e a fenelzina. O uso do ginseng em crianças e em mulheres grávidas ou amamentando também deve ser evitado", salienta.
Efeitos colaterais
O Panax ginseng, assegura Tatyane Costa, é geralmente bem tolerado, e os efeitos colaterais dele normalmente são leves e reversíveis. Entre eles estão:
- Náusea;
- Diarreia;
- Euforia;
- Insônia;
- Dores de cabeça;
- Mastalgia (dor nos seios);
- Sangramento vaginal; e
- Alterações da pressão arterial (hipertensão ou hipotensão).
Fonte
*Tatyane Costa Lima é graduada pela Universidade de Fortaleza (Unifor), pós-graduada em Nutrição Clínica e Fitoterapia Aplicada, Aperfeiçoada em Bioquímica e Metabolismo. Atua em consultório particular em Fortaleza–CE, promovendo atendimento e acompanhamento nutricional para adultos e idosos com foco na nutrição preventiva, mudança de hábitos e melhora da qualidade de vida.