O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou o piloto amazonense Carlos Eduardo Gomes Lima. Carlos é acusado por falsidade ideológica (por ter apresentado a identificação de outro piloto), crime ambiental (pelo transporte de gasolina) e por dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado (uma contravenção penal).
Ele foi preso em flagrante na cidade de Quixadá, Interior do Estado, e a aeronave apreendida. Consta no inquérito que um cão farejador foi enviado até a aeronave para verificar se havia a presença de drogas. O animal e os policiais não encontraram nenhum entorpecente dentro do avião, mas apreenderam quase 200 litros de combustível, transportado irregularmente.
Nessa segunda-feira (3), junto à denúncia, o MP requereu que a Polícia apresente o laudo pericial no combustível apreendido, "bem como, encaminhe com máxima urgência, o relatório por parte do órgão de inteligência atinente a quebra do sigilo de dados telefônicos".
O órgão acredita que o piloto vinha cometendo o crime de falsidade ideológica de forma continuada e pede que o acusado permaneça preso preventivamente "diante da necessidade de afastar o sentimento de impunidade".
O avião apreendido permanece em posse das autoridades. A aeronave pertencia a uma empresária do ramo de cosméticos e estava com o Certificado de Aeronavegabilidade suspenso.
Carlos Eduardo não teria apresentado um plano de voo. No entanto, os investigadores descobriram que ele partiu de Roraima e tinha como destino final a Paraíba. O homem teria inserido dados falsos a fim de burlar a fiscalização e a aeronave estava com certificado de aeronavegabilidade suspensa.
SUSPEITA DE TRÁFICO
O MPCE pediu a quebra de sigilo "haja vista a gravidade concreta do crime perpetrado, revestindo-se, pela forma como foi praticado, o modus operandi, evidenciado pelo 'plano de voo' traçado pelo autuado, contendo destino inicial, tempo de duração de voo, paradas a serem realizadas, totalizando um total de mais de 18h de voo".
A Justiça Estadual autorizou que a Polícia inspecione o aparelho celular do piloto amazonense. A intenção é verificar se o homem distribuiu drogas na região do Sertão Central, ou estava prestes a carregar entorpecentes.
A autorização para a perícia partiu da 2ª Vara Criminal da Comarca de Quixadá e deve se direcionar principalmente ao conteúdo "das redes sociais, como Whatsapp, Google, Google Maps Timeline, Instagram, agendas de contatos, galeria de fotos e videos, relações de chamadas, e outras informações pertinentes", segundo a decisão judicial.